Com isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) acumulou alta de 6,69% em 12 meses até janeiro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta, dia 23, contra 6,46% até dezembro e voltando a ficar acima do teto da meta do governo – de 4,5% pelo IPCA, com margem de 2 pontos percentuais (pp) para mais ou menos.
O resultado mensal foi o mais alto desde fevereiro de 2011, quanto subiu 0,97%. Em 12 meses, a taxa igualou a vista em novembro daquele mesmo ano.
A alta de janeiro sobre dezembro ficou em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de 0,90%, mas em 12 meses ficou abaixo da mediana esperada de 6,75%.
Segundo o IBGE, o preço das carnes exerceu o maior impacto no mês, de 0,09 pp, ao subir 3,24%. Assim, o grupo Alimentação e Bebidas foi o que registrou o maior avanço de preços, de 1,45%, ante 0,94% em dezembro, respondendo por 40% do IPCA-15 do mês.
Energia elétrica foi o segundo maior peso individual, com 0,08 pp e alta de 2,60% em janeiro, levando o grupo Habitação a registrar avanço de 1,23% nos preços, sobre 0,71% em dezembro.
As tarifas de ônibus urbanos também pesaram neste mês, com alta de 2,85% e impacto de 0,07 pp no indicador.
A forte alta da inflação em 12 meses no início do ano já era esperada por analistas devido ao reajuste de preços administrados, sobretudo com energia elétrica e transportes.
A pressão inflacionária não deve perder fôlego no curto prazo diante dos recentes anúncios de diversas medidas fiscais pela nova equipe econômica, com destaque para tributos sobre combustíveis e fim de subsídio ao setor elétrico, como parte da investida do governo para colocar as contas públicas em ordem.
As ações pioraram ainda mais as expectativas de inflação para este ano, com projeções para alta do IPCA acima de 7% que, se confirmada, seria a maior em mais de uma década.
Depois de prometer fazer “o que for necessário” para diminuir a alta dos preços, o Banco Central elevou na quarta-feira a Selic em 0,50 pp, para 12,25%, e sinalizou nova alta no curto prazo, ainda que tenha deixado em aberto o ritmo a ser adotado.