Outro a ser condenado na mesma ação foi Claudemir Silva Novais, acusado de ser um dos principais integrantes da quadrilha. Sua pena foi fixada em cinco anos e seis meses de prisão, além de pagamento de multa.
Devido a um habeas corpus, os réus poderão apelar da sentença em liberdade.
O processo
Rainha foi investigado pela Polícia Federal em 2011, durante a Operação Desfalque, que descobriu um esquema de extorsão de empresas e desvio de verbas destinadas a assentamentos agrários.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF), ele e Novais utilizavam trabalhadores rurais ligados ao MST como “massa de manobra” para invadir terras e exigir dos proprietários o pagamento de contribuições para o movimento social. Interceptações telefônicas indicam que o dinheiro era desviado para os próprios integrantes do grupo.
O MPF alegou também que em abril de 2011, quando o MST realizava o movimento “Abril Vermelho”, Rainha cobrou e recebeu de duas empresas R$ 50 mil e R$ 20 mil para não invadir e queimar plantações de cana-de-açúcar mantidas em fazendas na região do Pontal do Paranapanema/SP e Paraguaçu Paulista. Em outra ocasião, pediu R$ 112 mil a representantes de uma concessionária de rodovias, a título de “ajuda solidária”, ameaçando obstruir e danificar as praças de pedágio da empresa caso o pagamento não fosse efetuado.
A quadrilha também teria se apropriado de cestas básicas fornecidas pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) às famílias que residiam nos assentamentos, instituindo cobranças indevidas.