Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Jovens com deficiência cultivam horta urbana

Iniciativa faz parte de projeto que também ensina a estudantes e acompanhantes sobre comercialização da produção

Fonte: Divulgação

A Horta Girassol, situada em São Sebastião, a cerca de 20 km de Brasília (DF), recebe o Projeto Horta Orgânica de Inclusão Social e Cidadania, com o objetivo de ensinar a alunos com deficiências físicas e/ou intelectuais, e seus acompanhantes, sobre alimentação saudável, cuidados com o meio ambiente e comercialização da produção.

Os 15 estudantes e acompanhantes atendidos recebem aulas teóricas e práticas duas vezes por semana, em contraturnos escolares. Uma das integrantes é a estudante de letras Elaine de Sousa Ribeiro, de 23 anos. A jovem está no projeto desde o início e já colocou em prática o que aprendeu. Lá, ela já produziu: rabanete, jiló, tomates, couve, entre outros. Levou-os para casa, e também os preparou para o consumo familiar. “Eu acredito em uma alimentação saudável. No mercado tem muito agrotóxico e isso afeta a nossa qualidade de vida. E ainda sinto uma paz cultivando”, afirma.

Fruto da iniciativa da Associação de Pais, Amigos e Pessoas com Deficiência do Banco do Brasil (Apabb), em parceria com a comunidade, com o Instituto Cooperforte e com o Instituto Federal de Brasília (IFB) Campus São Sebastião, o projeto, que nasceu em janeiro deste ano, oferece uma formação inicial e continuada, e com direito à certificado de conclusão. Os integrantes produzem e montam as cestas semanais com produtos orgânicos para vender. O dinheiro de cada venda é dividido entre os alunos e também utilizado para a manutenção do local.

De acordo com o diretor da Apabb, Francisco Djalma de Oliveira, não há, no país, outra iniciativa de inclusão de pessoas com necessidades especiais na produção e comercialização da agricultura em uma área urbana. “Um dos nossos propósitos é incluir as pessoas com deficiência na sociedade por meio de geração de emprego e renda. E, com a produção, remunerar o trabalho deles e estimular o engajamento e a viabilidade econômica de cada um”, destaca.

O curso foi dividido em quatro módulos. O primeiro foi sobre direitos e cidadania, o segundo sobre sustentabilidade e meio ambiente, o terceiro teve como tema o empreendedorismo e o último traz a temática de produção orgânica e agroecológica. Segundo o professor de química do IFB, Robson Caldas de Oliveira, o projeto é inovador e bom para todos, inclusive para capacitar os professores. “Eles estão aprendendo a conviver com o público, como ensinar e apoiar o desenvolvimento desses estudantes. Está sendo um ganho de todas as partes. A gente quer mesmo é fortalecer e continuar esse curso nos próximos anos e, principalmente, tentar aumentar a oferta de vagas.”

Os alunos contam com um acompanhamento nas atividades pós-projetos, até o meio de 2018, para ver como eles estão se desenvolvendo e como está sendo o ganho para a geração de renda deles.

Do lixão à produção

Em agosto de 2005, na cidade-satélite, foi constatado um surto de rantavirose. Dez pessoas morreram, inclusive a vizinha da líder comunitária Hosana Alves do Nascimento. “Na época, a gente ficou desesperado por não saber o motivo. Quando a população foi informada que a doença era gerada pelos ratos, todos entraram em alerta, principalmente porque tinha um lixão no espaço da atual Horta.”

A vizinhança iniciou então a limpeza no ambiente e começaram a receber assistência da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), que orientou os voluntários a cercar o ambiente que seria a Horta. O que no início eram apenas dois canteiros, hoje, conta com cinco mil metros quadrados, cuida de três nascentes e está finalizando o processo para receber o selo de produção orgânica. “O trabalho foi crescendo e fomos agregando projetos. Hoje, tem uma galera que não desgruda mais”, diz Hosana.

Foi iniciado na Horta um sistema agroflorestal e o próximo passo, de acordo com a líder comunitária, é a instalação de um galpão para melhorar a produção.

Desde o início, a Emater-DF oferece ajuda para os trabalhadores melhorarem a produção da Horta, que hoje pertence ao Projeto de Agricultura Urbana da Empresa.

Sair da versão mobile