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Justiça nega recurso de Lula contra condenação em 2ª instância

Apesar disso, o ex-presidente não poderá ser preso até 4 de abril, devido à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Na data, será julgado o pedido de habeas corpus preventivo 

Fonte: Valter Campanato/Agência Brasil

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve seu último recurso negado pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), por três votos a zero. O julgamento realizado nesta segunda, dia 26, foi rápido, pois não houve sustentação oral de defesa ou acusação, apenas breves votos dos desembargadores João Pedro Gebran Neto, relator da Lava Jato no TRF4, Leandro Paulsen e Victor Laus.

Com a decisão, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na primeira instância, e que condenou Lula pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex em Guarujá (SP), poderia solicitar que o ex-presidente passasse a cumprir pena imediatamente.

No entanto, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu na semana passada um salvo-conduto que garante a liberdade de Lula ao menos até o dia 4 de abril, quando está marcado o julgamento de um habeas corpus preventivo do petista, com o qual ele pretende não ser preso enquanto recorre a instâncias superiores, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Defesa

Após a decisão de hoje, a defesa de Lula informou que deve apresentar um novo recurso. “A defesa aguardará a publicação do acórdão relativo ao julgamento dos embargos de declaração para definir o recurso que será interposto para impugnar a ilegal condenação imposta ao ex-Presidente Lula pela Oitava Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região no último dia 24 de janeiro”, disse Cristiano Zanin, um dos advogados de Lula.

Com o recurso, a defesa pretendia reverter a condenação, mesmo que o embargo de declaração não preveja mudança de um julgamento, apenas esclarecimentos sobre seu resultado.

Logo após a publicação da decisão, em um prazo de até 10 dias, a rejeição do embargo deve ser comunicada ao juiz Sérgio Moro.

Em tese, a defesa de Lula ainda pode apresentar um novo embargo no TRF4, contra a rejeição do primeiro embargo, mas os desembargadores, nesses casos, costumam considerar esse tipo de recurso como protelatório.

Eleição

A confirmação final da condenação de Lula pela 2ª instância da Justiça pode ainda impedir que ele se candidate à Presidência nas eleições deste ano. Em pesquisas recentes, o ex-presidente, que já anunciou sua vontade de concorrer, aparece como líder de intenções de voto.

Pela Lei da Ficha Limpa, sancionada pelo próprio Lula em 2010, aquele que for condenado por órgão colegiado, como é o caso do TRF4, por determinados crimes, entre eles, o de lavagem de dinheiro, fica sujeito à inelegibilidade por oito anos, a contar da data da publicação do acórdão.

Fica a cargo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidir a respeito da aplicação da lei no momento em que for solicitado o registro de candidatura.

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