A Justiça do Paraná emitiu uma ordem de reintegração de posse da Fazenda Figueira, em Londrina, que pertence à Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (FEALQ) e foi invadida pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) em 17 de agosto. O MST afirma que desocupará o local apenas quando o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) emitir um documento comprovando a produtividade da fazenda e quando receber do governo um terreno de 10 mil hectares para assentar as 1,2 mil famílias que ocupam o local.
O grupo alega que a fazenda foi comprada de maneira irregular pelo seu antigo proprietário, Alexandre Von Pritzlwitz, que doou a propriedade à FEALQ após falecer, em 2000. A Fazenda Figueira possui 3,9 mil hectares e utilizada para estudos agropecuários. Ela contém ainda grandes remanescentes florestais nativos, protegidos na forma de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
Segundo o MST, diversos estudantes do Levante Popular da Juventude, da Entidade Nacional de Estudantes de Biologia (ENEBio) e de centros acadêmicos da USP declararam apoio às famílias. Em nota, estudantes argumentam que “apenas 350 dos 3.700 hectares da fazenda são destinados à pesquisa, na área de gado de corte, o que revela ociosidade no uso da terra e distanciamento da pequenos produtores de leite da região”.