A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, esteve reunida nesta quinta, dia 1, com o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, para discutir a possibilidade de emissão do Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) indexado ao dólar.
A medida, que tem objetivo de oferecer uma opção a mais de financiamento para o agronegócio, pode atrair até US$ 20 bilhões para o Brasil, de acordo com estimativas de integrantes do governo e de parlamentares.
Antes desse encontro, membros da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) já haviam se reunido com o Banco Central para apresentar a proposta e saíram de lá com a promessa de que um estudo seria feito. Fontes dizem que essa mudança está em estudo no BC e que a instituição até já fez alguns contatos com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para entender as implicações legais dessa indexação.
O setor agropecuário, apesar de ser o único setor a crescer no país, enfrenta dificuldades de obter recursos para financiamento. Os depósitos à vista e os recursos da poupança rural, as principais fontes do crédito rural com juros controlados, estão em queda.
No primeiro semestre, a diminuição desse funding tornou escasso os recursos que eram usados para o pré-custeio, que são tradicionalmente usados para preparar uma nova safra. A falta de recursos também fez o governo reduzir o volume de crédito a juros controlados e elevar o montante com taxas livres.
A questão ainda não está fechada e novos encontros devem ocorrer. Além da ministra, Tombini recebeu dois representantes da FPA, o deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS) e deputada federal Tereza Cristina (PSB-MS).