A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, comentou em seu Twitter, neste domingo, dia 24, a notícia de que o governo estuda taxar exportações agrícolas para elevar a arrecadação destinada à Previdência. A informação foi divulgada na última sexta, dia 22, pelo Canal Rural.
“Tem gente na previdência querendo tributar as exportações do agro. Aviso que soja, carnes, não se aposentam”, escreveu na rede social. Na sequência de comentários, a ministra afirmou que a medida não deverá passar e que a presidente Dilma Rousseff “não permitirá um ataque destes num setor vital para o Brasil”.
Kátia ainda comparou a possível medida com a que foi tomada pela ex-presidente argentina Cristina Kirchner, que tributou as exportações em 2008 – ação eliminada em dezembro de 2015 pelo atual líder do país, Mauricio Macri – e completou “temos concorrentes fortes para nos substituir no mercado mundial: EUA!”
“O agro é um time vencedor no Brasil e no mundo. Fez US$ 20 bilhões de superávit na balança comercial enquanto os demais setores foram negativos. Exportou mais de US$ 80 bilhões em 2015. E vai fazer muito mais em 2016. Desde que não nos atrapalhe”, finalizou.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, publicada nesta segunda-feira, dia 25, a ministra reforçou que a saída para voltar a aumentar o Produto Interno Bruto (PIB), diante da previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de retração de 3,5%, é aumentar as exportações. Ela defende que o Brasil precisa “abrir mais mercados” e ser mais agressivo.
A proposta de começar a cobrar uma contribuição sobre o valor de produtos agrícolas exportados dobraria o valor arrecadado pela Previdência Rural, que atualmente é de R$ 7 bilhões. O assunto está sendo discutido no Fórum de Debates, liderado pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, e gera controvérsias.