Os leilões para arrendamento de terminais portuários no Pará, anunciados na última sexta-feira, dia 22, pelo ministro dos Portos, Helder Barbalho, podem reverter o quadro de estagnação da expansão dos portos brasileiros, avaliou em nota a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
A medida, de acordo com a CNA, vai ajudar a desafogar os portos do Sul e Sudeste e permitir o início da operacionalização do Terminal de Outeiro, no Porto de Belém. Na perspectiva da CNA, Outeiro tende a ser o maior do País para a exportação de grãos e pode movimentar mais de 15 milhões de toneladas de soja e milho nos próximos cinco anos.
O consultor de Logística e Infraestrutura da CNA, Luiz Antônio Fayet, disse no comunicado que a iniciativa pode posicionar o Sistema Portuário Belém/Guajará, onde ficam os terminais de Outeiro e Vila do Conde, entre os maiores entrepostos de exportação de soja e milho do mundo. Um dos estados mais beneficiados pela medida, segundo a CNA, será Mato Grosso. A entidade espera que os custos logísticos sejam da ordem de US$ 40,00 a US$ 50,00 por tonelada, no transporte da produção da fazenda até os portos de exportação.
A CNA defende também a conclusão de obras de rodovias, ferrovias e hidrovias, para facilitar o escoamento pelos terminais do Arco Norte. O corredor, que engloba as regiões Norte, Nordeste e parte do Centro-Oeste, responde por quase 60% da produção brasileira de soja e milho. Apenas 15% do total são exportados pelos portos dessas regiões; 85% seguem para os terminais do Sul e Sudeste, percorrendo mais de dois mil quilômetros.
Na sexta-feira, o governo anunciou quatro leilões que serão realizados no dia 31 de março, na sede da BMF&Bovespa, em São Paulo (SP). Além das áreas em Outeiro, serão leiloados dois terminais no Porto de Santarém e um em Vila do Conde, ambos no Pará, destinados à movimentação de grãos e minério de ferro.