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Conheça as criaturas mais assustadoras da zona rural

Em 31 de outubro, enquanto muitos lugares do mundo comemoram o Halloween ou o Dia dos Bruxas, o Brasil celebra o Dia do Saci. Confira a história do personagem e de outros seres lendários que habitam o imaginário brasileiro

No dia 31 de outubro, os Estados Unidos e outros países do Hemisfério Norte celebram o Dia das Bruxas. A data é conhecida por brincar com o lúdico, e é quando criaturas que brotaram da cultura popular e da literatura “saem de suas tocas” e se infiltram na vida rotineira das pessoas. No Brasil, nesse mesmo dia, é comemorado desde 2003 o Dia do Saci, que tem como objetivo resgatar os mitos do folclore nacional.

Em nosso país, também há seres lendários assustadores que refletem as particularidades da cultura brasileira. Boa parte desses personagens míticos está ligada à proteção da natureza, enquanto outros atuam como guardiões de bons costumes. Existem também seres mais assustadores, que têm como alvo tanto crianças como adultos, que são abordados em lugares isolados ou na beira de rios.

Pensando nessa data comemorativa, o Canal Rural separou para você uma lista com os cinco personagens mais macabros que habitam as histórias contadas nas áreas rurais do Brasil. Confira:

Saci Pererê

Astro da data,  o Saci Pererê é um dos personagens mais famosos do nosso folclore. Um jovem que possui uma perna só, fuma cachimbo, tem um gorro vermelho mágico e vive aprontando com os humanos.

Ele é sempre o culpado por coisas que dão errado, escondendo brinquedos das crianças, soltando animais da fazenda e ainda “amaldiçoa” os ovos de galinha, fazendo com o que eles não choquem. Diz a lenda que ele pode conceder desejos para quem consegue prendê-lo ou roubar seu gorro mágico.

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Ilustração: shutterstock

No interior do Brasil, atribui-se ao Saci Pererê travessuras como incomodar cavalos durante a noite e dar nós nas crinas. Também é costume dizer que “é obra do Saci” algum acontecimento intrigante, como a comida que queimou na panela de repente ou o sumiço de objetos.

Dizem que é possível capturar o Saci, que se manifesta por meio de redemoinhos: bastaria jogar um tipo de peneira na “manifestação sobrenatural” para prender o ser mitológico.

Papa-figo

Muito contada nos estados de Pernambuco, Ceará e Paraíba, o Papa-figo é descrito como um homem velho, alto, de roupas sujas e desalinhadas. Conta-se que ele aparece de forma inesperada, “rouba” crianças de suas famílias, colocando-as num saco – e ainda pode comer o fígado (“figo”, na forma popular) daquelas que desobedecem os pais.

Em alguns lugares do país, ele também é conhecido como Homem do Saco ou Velho do Saco. Essa é uma lenda para alertar as crianças sobre os perigos de falar com desconhecidos pelas ruas.

Iara

A Iara, também conhecida como Mãe d’Água, é um mito do folclore brasileiro criado na Amazônia. Ela é uma sereia de pele negra e olhos castanhos, que pode atrair os homens com seu canto sedutor.

A criatura vive nos rios da região admirando seu reflexo na água. Diz a lenda que ela atrai homens que navegam pela região, levando-os para o fundo do rio. Seu poder é tão grande que os que conseguem escapar acabam ficando loucos.

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Ilustração: Shutterstock

Antes de se transformar em um ser mitológico, segunda a lenda, iara era uma linda guerreira índia, filha do pajé. Ela era admirada por todos, provocando a inveja de seus irmãos, que uma noite resolveram matá-la.

Ao perceber a emboscada, Iara acabou matando os irmãos. Por medo da reação do pai, ela fugiu, mas acabou sendo encontrada à beira de um rio. O pai, como castigo, resolveu lançá-la nas águas.

A lenda diz que os peixes do rio salvaram a índia, transformando-a em uma sereia, dando origem ao mito.

Comadre Fulozinha

A Comadre Fulozinha é um personagem tipicamente nordestino, um espírito caboclo que apavora moradores dos estados da Paraíba, Pernambuco, Bahia e a Zona da Mata do Nordeste. A figura é conhecida por ter cabelos muito longos e sua principal “arma” é a língua, usada para enrolar suas vítimas, geralmente pessoas que destroem a mata ou passam por lá sem deixar oferenda.

A personalidade da Comadre Fulozinha é similar à do Saci, um pouco zombeteira e autora de muitas travessuras nas fazendas do Nordeste. Segundo a lenda, as oferendas favoritas dessa entidade são doces e mingau. Nada mais próximo do estilo “doces ou travessuras”, frase típica do Halloween norte-americano.

E você, lembra de mais alguma lenda que seus pais ou avós contavam? Compartilhe sua história com a gente aqui nos comentários.

Corpo-Seco

A lenda do Corpo-Seco teve início em meados do século 20, na região de Minas Gerais. A lenda conta a história de um homem chamado Zé Maximiano, habitante da Serra da Mantiqueira que só vivia para o mal – era acusado inclusive de bater na própria mãe.

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Ilustração: Shutterstock

Quando morreu, Zé foi rejeitado por Deus, pelo diabo e até mesmo pela própria terra, fazendo com que ele se tornasse uma alma penada, uma espécie de zumbi, que vaga pelo mundo. Há histórias que contam que o Corpo-Seco suga o sangue de viajantes, fazendo com que eles também se tornem iguais a ele. Muitas pessoas contam que o mito vai atrás de crianças que desobedecem os pais.