O Líbano pretende convencer o Brasil a facilitar a entrada de produtos alimentícios produzidos no país árabe e que são largamente consumidos pela comunidade libanesa que emigrou para cá. Uma comitiva do Ministério da Agricultura do país realizou nas últimas semanas reuniões com importadores e representantes do governo e da câmara árabe para discutir a possível redução de taxas para a importação de alguns produtos, entre eles azeite de oliva, castanhas e bebidas alcoólicas, como vinho e áraque.
Em reunião nesta manhã na Câmara de Comércio Brasil-Líbano, o diretor geral do Ministério da Agricultura libanês, Louis Lahoud Lahoud, disse que será uma formada uma comissão mista para debater o assunto. A balança de comércio entre os países é favorável ao Brasil. Enquanto exportou US$ 263 milhões aos libaneses em 2017, o Brasil comprou apenas US$ 19,5 milhões de produtos de lá.
Lahoud argumentou que a facilitação do comércio visa a incentivar a produção agrícola no seu país e evitar o êxodo. O Brasil tem hoje 10 milhões de libaneses de várias gerações vivendo no País, segundo a estimativa da Câmara Brasil-Líbano, enquanto o Líbano tem uma população de 4,5 milhões de habitantes. “Queremos ajudar libaneses a manterem suas terras”, disse Lahoud.
Até o fim de maio, uma comitiva de empresários brasileiros deve visitar o Líbano para estreitar relações e conhecer de perto a produção libanesa. Já em outubro, Lahoud espera realizar duas feiras de produtos agrícolas libaneses, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro, para colocar em contato produtores libaneses e empresários brasileiros. Paralelamente, o Líbano vem trabalhando em um acordo de livre-comércio comércio com o Mercosul, apresentado em 2010. O diretor da Câmara Brasil-Líbano, Guilherme Mattar, disse que as conversas estão em andamento, faltando definir “detalhes”.
De acordo com o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) o principal produto comprado do Líbano foi fertilizante, que movimentou em 2017 US$ 17 milhões. Carne e animais vivos são os produtos mais vendidos aos libaneses pelos brasileiros.