Os ex-ministros da Agricultura Luís Carlos Guedes Pinto e Alysson Paolinelli defenderam neste sábado, 24, no 5º Fórum Nacional de Agronegócios do Lide, a drenagem de recursos do Tesouro de subvenção ao crédito rural para o seguro de renda do produtor. Com a proposta, Guedes e Paolinelli engrossam o coro de redução de subsídios pelo também ex-ministro Roberto Rodrigues e defendida publicamente pelo atual titular da Pasta, Blairo Maggi.
Guedes ponderou que o subsídio agrícola no Brasil é “extremamente baixo” se comparado com outros países e corresponde a apenas 3% da renda do campo. No entanto, segundo ele, recursos de equalização do crédito rural e política de comercialização somam entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões para entre 700 mil e 800 mil contratos da agricultura empresarial. “A subvenção é de apenas R$ 6 mil a R$ 8 mil por contrato, recursos que não são significativos”, explicou Guedes. Por outro lado, lembra o ex-ministro, o programa de seguro rural tem apenas R$ 300 milhões.
“Devemos caminhar rapidamente à supressão dos recursos de equalização e destiná-los ao aumento do programa de seguro, multiplicando-o por 15 ou 20 vezes esses recursos”, disse Guedes. “Isso reduz custo, o prêmio do seguro cai e se o agricultor tem garantia de renda acaba com pressão sobre o Tesouro e sobre os bancos que não terão mais de renegociar com produtor”, afirmou.
No mesmo evento, Paolinelli, que preside a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), afirmou que a política de crédito agrícola por meio de subsídios “mostra como se desperdiça dinheiro no país sem resultado”. De acordo com o ex-ministro, os recursos ao seguro rural e de renda dariam ainda tranquilidade para fixar as famílias no campo. Já Roberto Rodrigues lembrou que o seguro rural foi criado em 2003 quando era ministro da Agricultura. “Hoje, 13 anos depois, nem 10% da agricultura tem seguro”, lamentou.