A cidade de Londrina, no Norte do Paraná, foi escolhida pelo Ministério das Comunicações para receber um projeto-piloto para utilização da tecnologia 5G em áreas rurais. O município foi selecionado por abrigar o Polo Tecnológico do Agro instalado pelo Ministério da Agricultura, em 2019.
Instalada na sede da Embrapa Soja, o raio de abrangência da antena é de 5 km, podendo atingir picos de até 10 quilômetros, incluindo a região urbanizada do distrito de Warta.
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que participou do evento em Londrina, disse que a tecnologia vai revolucionar o agronegócio brasileiro.
“A gente viu aqui uma pequena amostra, nós vimos lá em Rondonópolis (MT) uma colheitadeira ser concertada da sua fábrica lá do Rio Grande do Sul. Isso é a revolução que nós teremos principalmente no Brasil que é um país continental. Nós vamos poder democratizar tecnologia e inovação a todos os estados brasileiros”, disse.
Segundo o governo, o objetivo do projeto é levar a conectividade no campo e contribuir para o aumento da produtividade das lavouras e, consequentemente, o aumento da renda do produtor. No entanto, o sinal 5G ficará aberto a todos os usuários da telefonia móvel que tenham um aparelho compatível com essa tecnologia.
Segundo o chefe-geral da Embrapa Soja, Alexandre Nepomuceno, o projeto prevê a instalação de uma “fazenda inteligente”, o que trará benefícios para os produtores rurais, além de contribuir para os processos de pesquisas para o agronegócio.
Tecnologia 5G
Em termos de benefícios, a transmissão e o recebimento de dados com a 5G é mais veloz. As redes 3G, por exemplo, transmitem dados na ordem de 0,12 a 6 Mbps. Já o 4G permite a troca de informações a uma velocidade entre 5 Mbps e 12 Mbps, enquanto o 5G estima-se que pode chegar a 100 Mbps. Com seu uso no campo, o 5G possibilitará a utilização de robôs e ferramentas automatizadas, que poderão transmitir e receber dados e comandos imediatos. Assim, esses instrumentos poderão passar pela plantação, por exemplo, capturando e enviando imagens da cultura, o que permitirá a identificação imediata do melhor tratamento a ser utilizado na área.
Para o ministro das Comunicações, Fábio Faria, a conectividade no campo elevará produção agropecuária a novos paradigmas, pois cada vez mais haverá uma sinergia entre o campo e a tecnologia. “Durante muito tempo, o agro funcionou de forma pujante sem a tecnologia ou com pouca tecnologia. E, agora, chegou o momento de o Brasil, que já tem uma força muito grande no agronegócio, com a chegada do 5G, conseguir mostrar ao mundo o poder do agro”, diz.
Faria aproveitou a oportunidade para reforçar que o edital do leilão 5G deve ser publicado neste mês. “Na próxima quarta-feira, 18, o TCU vai votar o edital da Anatel, do leilão. Então, podemos ter uma notícia positiva, tenho total confiança, e pedir a Deus que dê certo. Dando certo, volta para a Anatel, mais sete dias publica o edital e em 30 dias nós teremos o 5G”.
Além de Londrina, participam do projeto-piloto: Rondonópolis (MT), Padef (DF), Uberaba (MG), Ponta Porã (MS), Rio Verde (GO), Petrolina (PE) e Sorocaba (SP). A expectativa é que todas essas cidades recebam uma antena 5G até o final do ano.
Conectividade no campo
Segundo o estudo “Cenários e Perspectivas da Conectividade para o Agro”, desenvolvido pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), a ampliação da conectividade no campo pode proporcionar consideráveis vantagens e ganhos ao setor agropecuário brasileiro.
Entre outros benefícios, a garantia da conectividade em áreas rurais possibilita a maior produtividade, o aumento da geração de riqueza e a difusão do conhecimento, com oportunidades de capacitação técnica para pequenos e médios produtores.
A cerimônia de lançamento acontece nesta quinta-feira (11), na sede da Embrapa Soja, em Londrina. A inauguração estava prevista para o final de julho, mas precisou ser adiada.