Seis partidos oficializam candidatos à Presidência

Em convenções neste sábado, PT, PSDB, Podemos, Rede, Novo e Patriota definiram o nome de seus candidatos. Confira como foram essas escolhas

Seis partidos políticos aproveitaram este sábado para confirmar a candidatura de presidenciáveis para as eleições de outubro. Em convenções, PT, PSDB, Podemos, Rede, Novo e Patriota definiram o nome de seus candidatos. Confira como foram essas escolhas:

PT escolhe Lula por aclamação

 

Foto: Partido dos Trabalhadores/divulgação

Em convenção nacional, o PT confirmou, na capital paulista, a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. A escolha foi por aclamação.

O partido não decidiu quem será o vice na chapa com Lula. Na convenção, ficou definido que serão realizadas caravanas saindo de todos os estados até Brasília no dia 15 de agosto, prazo final para apresentação de pedidos de registro de candidaturas ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso em Curitiba, desde 7 de abril, após ter sido condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, em segunda instância, no caso do triplex de Guarujá.

Lula encaminhou uma carta para ser lida durante a convenção. No texto, ele afirma que a democracia está “ameaçada”. “Agora querem fazer uma eleição presidencial de cartas marcadas, excluindo o nome que está à frente na preferência popular em todas as pesquisas”, diz.

O ex-presidente afirmou ainda que confia no reencontro com a militância. “De onde me encontro, estou sempre renovando minha fé de que o dia do nosso reencontro virá, pela vontade do povo brasileiro”.

O comado do PT aguarda a análise do registro da candidatura de Lula. Caberá ao Supremo Tribunal Federal (STF) dar a palavra final sobre a prisão de Lula e se ele estará apto a concorrer, já que a Lei da Ficha Limpa impede candidaturas de condenados em segunda instância. O julgamento é esperado para os próximos dias.

O PT divulgou nesta sexta, dia 3, os pilares do programa para o “Próximo Governo Lula (2019-2022)” que reúne cinco eixos. São eles: “soberania nacional e popular na refundação democrática do Brasil”; “promover um novo período histórico de afirmação de direitos”, “novo pacto federativo para promoção dos direitos sociais”, “promover um novo modelo de desenvolvimento” e “transição ecológica para a nova sociedade do século XXI”.

Tucanos apostam em Alckmin, com Ana Amélia como vice

 

Foto: PSDB/divulgação

Em convenção nacional, o PSDB confirmou a candidatura do presidente do partido e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, à Presidência da República nas eleições de outubro.

Dos 290 votantes, 288 aprovaram a candidatura de Alckmin. Houve um voto contra e uma abstenção. A senadora Ana Amélia (PP-RS) é a vice na chapa.

No primeiro discurso como candidato, Alckmin disse que quer ser presidente para unir o país. “A situação é séria. Treze milhões de desempregados e corrupção endêmica debilitaram a crença do povo na política e na democracia. Não há tempo a perder”.

“Sou candidato para buscar um mandato que pode ser resumido em uma frase: vamos mudar o Brasil e devolver aos brasileiros a dignidade que lhes foi roubada”, acrescentou. Também defendeu a reforma política, a diminuição do tamanho do Estado e a simplificação tributária para destravar a economia e promover a retomada do crescimento.

O tucano destacou que aceita ser o candidato dos partidos que acreditam no caminho do desenvolvimento e “não na rota da perdição do radicalismo”.

“Que acreditam na união que constrói e amplia e não na divisão que paralisa e diminui. O momento é grave mas um futuro de prosperidade está aberto a todos os brasileiros’”, afirmou.

Em seu primeiro mandato, a senadora Ana Amélia, 73 anos, escolhida como vice, disse que esse é o maior desafio de sua carreira e defenderá a participação das mulheres na política e a questão de gênero.

A campanha tucana terá o apoio do DEM, PP, PRB, PR e Solidariedade, que compõem o chamado Centrão, e do PTB, PPS e PSD.

Os presidentes nacionais do DEM, ACM Neto, e do PPS, Roberto Freire, além do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, pelo PSD, estiveram presentes na convenção.

Também participaram representantes do PRB e do PP. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso também participou da convenção.

O senador Aécio Neves, do PSDB de Minas, não participou da convenção.

Rede oficializa Marina Silva com Eduardo Jorge como vice

 

Marina Silva e Eduardo Jorge participam de convenção da REDE. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Estreante em eleições gerais, a primeira Convenção Nacional da Rede Sustentabilidade confirmou, por aclamação, neste sábado, o nome Marina Silva como candidata da sigla à Presidência da República. Sob aplausos, o candidato à vice na chapa, o médico sanitarista, Eduardo Jorge, do Partido Verde (PV), também foi apresentado oficialmente no encontro.

Ao lado de lideranças da sigla como o senador, Randolfe Rodrigues (AP), do deputado federal, Miro Teixeira (RJ) e da vereadora Heloísa Helena (AL), Marina agradeceu o apoio da família e disse que a candidatura dela e de Eduardo Jorge é a que está em melhores condições de unir o Brasil. A candidata rechaçou as críticas de que ela e o vice não representam uma candidatura viável. “Nossa aliança não é por conveniência, por tempo de TV, por dinheiro para pagar marqueteiro. É uma aliança para ajudar a transformar o Brasil”, disse.

Marina defendeu que o compromisso é o melhor antídoto para o medo de enfrentar situações difíceis. A presidenciável defendeu uma campanha limpa, sem notícias falsas e sem destruir biografias. Se comprometeu com as reformas da Previdência, tributária e política, que acabe com a reeleição e incentive candidaturas independentes. Se eleita, Marina também disse que pretende fazer uma revisão dos “pontos draconianos” da reforma trabalhista que, segundo ela, seriam feitas a partir de um diálogo com o Congresso. Reafirmou compromisso com programas como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida, além de melhorias no Sistema Único de Saúde.

O vice na chapa, Eduardo Jorge, ressaltou a preocupação com a sustentabilidade e com o meio ambiente.

Diversidade

Com o ator Marcos Palmeira fazendo as vezes de mestre de cerimônia, a convenção foi marcada pela diversidade. Na primeira parte do encontro, um pastor evangélico, uma mulher negra e uma indígena intercalaram seus discursos sobre temas como protagonismo cidadão, força das mulheres e raízes do Brasil, com apresentações culturais de música e dança.

Marina destacou que seguiu pelo caminho da política, mas nunca abandonou seus estudos de psicopedagogia e teoria psicanalítica, ao mesmo tempo em que se manteve “uma pessoa movida a fé”. “Fé para remover as montanhas que não fui capaz de escalar”, disse. E acrescentou: “Temos de escalar as montanhas que for possível porque senão estaríamos pecando contra Deus”.

Ao lembrar que venceu dificuldades da pobreza e das doenças – malária, leishmaniose e contaminação por metais pesados, afirmou: “Sou milagre da vida, [feito pelos] médicos e Deus”. Marina tem 60 anos e quatro filhos.

Alvaro Dias oficializa candidatura e promete Moro como ministro

 

Foto: Podemos/divulgação

Com discursos contra a corrupção e os privilégios, o senador Alvaro Dias foi escolhido pelos convencionais do Podemos para ser candidato à Presidência da República. A candidatura do parlamentar pelo Paraná foi oficializada durante convenção nacional do partido. Na primeira fala como candidato, Alvaro Dias anunciou que, se eleito, vai convidar o juiz federal Sérgio Moro para ser ministro da Justiça, e repetiu os pilares de sua pré-candidatura resumidos na promessa de “refundar a República”.

Ele vai compor chapa com o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Paulo Rabello de Castro, cujo partido, o PSC, havia decidido lançar candidatura própria à Presidência, mas desistiu em favor de uma aliança com o Podemos na última quarta-feira, dia 1. Castro tem 69 anos, é doutor em economia e presidiu o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nos primeiros meses do governo Michel Temer. Além do PSC, fazem parte da coligação até agora os partidos PTC e PRP.

Ao anunciar nomes que comporão o seu eventual governo, Alvaro Dias disse que convocou uma “seleção para derrotar a impunidade, a injustiça e a corrupção nesse país”. Em diversos momentos, ele fez menção às operações de combate à corrupção como a Lava Jato. Ao dizer que faria uma “homenagem à República de Curitiba”, ele antecipou o convite público a Moro, chamado por ele de “símbolo da esperança do nosso povo” e o nome “para completar a tarefa da limpeza”, mas ainda ainda não fez o convite diretamente ao magistrado.

Em entrevista, após ser escolhido, Alvaro Dias afirmou: “A refundação da República é a substituição desse sistema perverso, fábrica de escândalos, loteamento de cargos públicos e relação promíscua entre os poderes. A ideia básica é que os brasileiros cumpram as leis”. Ele fez críticas aos privilégios das autoridades e ao sistema político que se coliga “simplesmente” com o objetivo de ter mais tempo de campanha na televisão.

O encontro teve a presença da presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, de deputados federais e do senador Elmano Férrer (PI). Além de prefeitos da região, compareceu também o candidato ao Senado por São Paulo, Mário Covas Neto. O jurista Miguel Reale Júnior, um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff, foi anunciado como parte da equipe para tratar de alterações na Constituição.

“Estamos defendendo um pacto nacional de governabilidade. Todas as pessoas do bem de todos os partidos, um governo suprapartidário envolvendo instituições, religiões, academia, sindicatos, federações, associações, as forças vivas da sociedade brasileira unidas para promover a mudança e refundar a República”, disse Alvaro Dias.

Cabo Daciolo será candidato pelo Patriota

Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A convenção nacional do Patriota oficializou a candidatura do deputado federal Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos, o Cabo Daciolo, à Presidência da República nas eleições de outubro. O evento ocorreu no município de Barrinha, interior de São Paulo. O candidato foi escolhido por unanimidade.

A candidata a vice escolhida foi Suelene Balduino Nascimento, do mesmo partido. Ela é pedagoga com 23 anos de experiência e atua na rede pública de ensino do Distrito Federal.

Daciolo defende mais investimentos em educação e segurança por considerar áreas essenciais para o crescimento do país.

João Amoêdo é o candidato do Partido Novo

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

João Dionisio Amoêdo foi oficializado candidato à Presidência da República pelo Partido Novo durante convenção nacional deste sábado na capital paulista. O cientista político Christian Lohbauer foi escolhido como candidato à vice-presidente.

Entre as principais propostas de Amoêdo estão equilibrar as contas públicas, acabar com privilégios de determinadas categorias profissionais, melhorar a educação básica e atuar fortemente na segurança. Também é favorável à revisão do Estatuto do Desarmamento. “As pessoas têm que ter direito à legítima defesa. O governo parte do pressuposto de que o cidadão é uma criança”, disse.

O candidato defendeu a privatização de empresas estatais. “Para que exista, para os consumidores, o aumento da concorrência. A existência de empresas estatais, além de ineficientes para o consumidor, cria um ambiente muito propício para a corrupção”, declarou.

João Amoêdo disse que quer levar renovação à política e mudar o Brasil. “Eu não quero defender o interesse de alguns poucos, dividir a sociedade. Acabar com a sociedade desunida e ajudar, especialmente, aqueles mais humildes, que foram enganados por muito tempo com um discurso que só os prejudica”, completou.