Um estudo feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base em dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), mostra que mais de 30% da extensão de trilhos ferroviários do país estão inutilizados e 23% estão sem condições operacionais.
O estudo, denominado “Transporte ferroviário: colocando a competitividade nos trilhos”, integra uma série de 43 documentos sobre temas estratégicos que a entidade entregará aos candidatos à Presidência da República.
No documento, a sugestão é que o caminho para a superação dos gargalos no setor passa necessariamente pelo aumento da conectividade do sistema, do tamanho da malha e da velocidade média dos comboios.
Problemas
Para os especialistas, a malha ferroviária do país é um sistema com deficiências e dificuldades específicas envolvendo as concessionárias, além da ausência de concorrência no mercado e falhas na interconexão das malhas. Segundo o estudo, as características dos contratos de concessão firmados na década de 1990 geraram esses problemas.
O gerente executivo de Infraestrutura da CNI, Wagner Cardoso, disse que uma forma de buscar a recuperação do setor é autorizar a prorrogação antecipada desses contratos de concessão, de forma que as concessionárias passem, a partir da renovação, a serem obrigadas a reservar uma parcela da capacidade instalada da ferrovia para compartilhamento e a investir valores preestabelecidos na melhoria e ampliação das malhas.
“Não renovar os contratos significa prolongar pelos próximos dez anos o reduzido volume de investimento e, consequentemente, os gargalos e trechos saturados disseminados no sistema ferroviário, congelando a atual capacidade de transporte das ferrovias do país”, afirmou Cardoso.