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5 maneiras de o produtor brasileiro se preparar para a concorrência argentina

Reunimos as principais consequências das mudanças de política fiscal e monetária na Argentina para facilitar o preparo do produtor brasileiro para o que vem por aí

Fonte: Reprodução

O presidente eleito na Argentina no último mês de novembro, Mauricio Macri, já cumpriu uma das propostas do seu plano de governo direcionada ao estímulo do agronegócio tão logo assumiu a Casa Rosada, em 10 de dezembro. Nesta semana, Macri assinou o decreto que mexe nas taxas aplicadas sobre as exportações de commodities agrícolas: reduz em 5% para a soja; e zera a cobrança para o milho, trigo, carne e frutas. Também modificou a obrigatoriedade de autorização para importações a que os empresários estavam submetidos e acabou com as restrições cambiais, possibilitando aos argentinos comprar dólares.

“Boa notícia [para o Brasil] não é, com certeza”, antecipa Felippe Serigati, pesquisador da GV Agro.

Durante a semana, os programas do Canal Rural repercutiram as mudanças e os possíveis impactos diretos aqui no Brasil. Listamos cinco tópicos que merecem atenção, para facilitar o entendimento do produtor brasileiro e ajudá-lo a se preparar para mais esta concorrência.

1. Retirada de impostos não foi surpresa para o mercado

O mercado já vinha precificando o anúncio. O imposto sobre a exportação de soja é o único que não foi zerado. Passou de 35% para 30%. A queda de 5% não deve estimular tanto as vendas, segundo o analista Glauco Monte. Conforme ele, o mercado já esperava esta medida.

“Impacto não será forte”, reforça Monte.

Para Serigati, o governo argentino precisará da receita da soja para preencher o buraco gerado pelos cortes nas tarifas dos outros produtos. Com isso, “liberar a soja vai tomar tempo”. A expectativa do governo é zerar as taxas do Complexo Soja em sete anos.

2. Trigo brasileiro sentirá o impacto mais forte na próxima safra

De todos os produtos, será o trigo o que sentirá a maior competição no mercado interno. Com taxas também zeradas, a importação pelo Brasil do produto argentino deve ocorrer em volume pequeno nesta safra, mas, a partir da próxima, a tendência é que a concorrência fique acirrada.

O analista Élcio Bento aponta que o produtor argentino, podendo absorver os recursos do imposto que deixou de ser cobrado para aumentar a produção, voltará a atender o Brasil aos níveis de 2008, quando 90% do grão consumido no país vinha da vizinha Argentina.

“Ao que tudo indica, voltaremos a ter muito trigo da Argentina. Nossas importações todas devem ser atendidas dentro do Mercosul, sem cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC)”, sugere Bento.

3. A ração ficará mais cara 

Com os produtores tendo a opção de colocar seus grãos de milho no mercado internacional, o custo de produção subirá aos pecuaristas argentinos. A ração ficará mais cara. Assim como ficará mais cara a importação de insumos, que são comprados em dólar. 

Por outro lado, Serigati destaca que ao menos agora, ela poderá ser feita. Já que não é mais necessária a autorização de importação, obrigatória a todos os argentinos pelo governo de Cristina Kirchner.

4. Argentinos ficarão mais competitivos no mercado internacional

Não é algo anunciado pelo governo, não se sabe se vai acontecer, adianta Glauco Monte. Mas a desvalorização cambial do peso argentino deve incentivar os produtores a vender mais para fora, potencializando suas receitas. Simples: os produtores vão ganhar mais com exportações. 

A consequência será o aumento da competitividade, pressionando os preços e prêmios nos portos brasileiros, e afetando também as cotações em Chicago, pela maior oferta de soja e milho no mercado internacional.

“Tem que ter cautela, sem sair desesperado. Deve acompanhar. Aproveitar preços futuros, principalmente em reais. Sempre olhando custos de produção”, sugere o analista.

5. Política de Macri favorecerá o Mercosul

Felippe Serigati aposta que o Mercosul será favorecido pela mudança de direção de política externa da Argentina. Para ele, o governo vai se aproximar dos Estados Unidos e da Europa, colocando importância menor em Irã, Rússia, Venezuela e China.

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