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Diversos

Após 4 anos, Mato Grosso volta a importar milho de outros países

Aliada à retirada da alíquota para a importação do produto, redução na oferta doméstica vem impulsionando a entrada do cereal no país

A quebra de safra do milho brasileiro, aliada à retirada da alíquota para a importação do produto, impulsionou a entrada do cereal no país. O Mato Grosso, seu maior produtor, registrou a primeira importação do produto após quatro anos sem aquisições originárias de outros países.

De janeiro a agosto, o acumulado foi de R$ 1,2 milhão de toneladas, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o segundo maior volume da série histórica para o período. O país teve como principal fornecedor, em 2021, o Paraguai, que sozinho representou 71,9% das importações até agosto, cerca de 882 mil toneladas.

O Mato Grosso negociou oito toneladas do cereal, volume considerado pequeno se comparado à produção estadual de mais de 32 milhões de toneladas registradas na safra desde ano, mas que chama a atenção por ser a primeira compra mato-grossensse após quatro anos sem aquisição de milho de outros países.

“Ainda que o volume seja pequeno, observou-se neste primeiro semestre de 2021, por conta do bom momento que se vive obviamente nas carnes e outras indústrias, como etanol de milho, que o estado não só vem se consolidando como produtor, mas também como consumidor, portanto, desse cereal”, observa o superintendente do Instituto Mato-grossensse de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca.

“Na safra de 2021, o consumo do estado como um todo deve superar um terço da produção que o Imea estimou, então dentro dessa perspectiva essa nova oferta deve reduzir a importação e a gente utilizar o milho próprio. Infelizmente, a gente vem de um momento de escassez, mas acreditamos que o Mato Grosso tem muito potencial para aumentar a sua produção”, acrescenta o representante.

Para esse ano, a expectativa é de onze milhões de toneladas no consumo interno do estado, aumento de 13% em relação ao ano passado, na avaliação da União Nacional de Etanol de Milho (Unem). A política nacional de zerar as alíquotas para a importação de milho pode diminuir a pressão pela demanda do cereal no país.

“Isso pode trazer grandes benefícios ao mercado, principalmente para as cadeias de proteínas animais no sul e sudeste do país, que podem importar milho da argentina e acabam demandando menos milho do centro oeste, trazendo benefícios para todas as cadeias”, analisa o presidente da Unem, Guilherme Nolasco. “Nós do etanol de milho, porque estamos localizados numa região de muita produção, na hora em que tira a demanda, o mercado pode ficar mais confortável, com menor procura e preços mais favoráveis”, ele diz.

O cenário também estimula o setor produtivo do estado que deve aumentar a área de milho em cerca de 6% na próxima safra. “A China precisa de milho, nos Estados unidos foi complicado e no Brasil também, então essa procura pelo grão, e aí juntos com toda essa questão de dólar e alta das commodities mundiais motiva, sim, o produtor a plantar”, pontua o presidente do SIndicato Rural de Canarana (MT), Alex Wish.

Para o vice-presidnete da Aprosoja-MT, Lucas Costa Beber, as quebras de safra na América do Norte, América do Sul e Europa ampliaram a demanda internacional pelo milho. “O consumo tem aumentado também com a criação de animais, e o mercado é favorável à questão da carne, que tem um preço maior e tende à maior demanda, com aumento de preços e um aumento de produção, ou seja, da área de plantio, para suprir esse consumo”, comenta Beber.

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