Diante dos dados de atividade no primeiro trimestre e da ausência de sinais de recuperação consistente para o restante do ano, o movimento de revisão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019 segue em pleno vapor e alguns economistas já estimam que a economia vai crescer abaixo de 1% este ano.
O piso das estimativas é de alta de apenas 0,5% do PIB, já a maior previsão é de 2,2%, que, por sua vez, deve ser revisada para baixo. A mediana das expectativas de 26 instituições é de 1,1%, abaixo da projeção da pesquisa Focus, de 1,45%. Nesta terça-feira, dia 14, o ministro Paulo Guedes admitiu que a estimativa do governo caiu para 1,5%. Essa forte revisão para o número de 2019 também tem influenciado negativamente as previsões para 2020, que variam de 2% a 3%, com mediana de 2,5%.
Parte desse pessimismo deriva da percepção de que o fraco desempenho do período de janeiro a março não deve mudar tanto nos próximos trimestres, uma vez que a principal trava é a incerteza fiscal, segundo economistas, que não deve ser diluída rapidamente. Com a projeção mais baixa para o PIB de 2019, de 0,5%, a consultoria Kapitalo Investimentos explica que o número do ano é bastante influenciado pelo resultado do primeiro trimestre.
Como a instituição avalia que a queda no período deve ser de 0,4%, calcula que seria necessário crescer 0,7% nos outros trimestres para resultar em um PIB de 1%, sendo que a média de crescimento desde o início da retomada é de 0,3%. O BNP Paribas também já estima PIB abaixo de 1% este ano. Nesta terça, o banco reduziu a projeção de 2% para 0,8%, citando efeito negativo da desaceleração global e o atraso na tramitação da reforma da Previdência.