A semana começou com o desenvolvimento de um intenso ciclone extratropical entre a Argentina e o Rio Grande do Sul. O sistema será responsável por rajadas de vento acima dos 100km/h no litoral sul do Rio Grande do Sul entre a noite da terça e o decorrer da quarta-feira, eventualmente paralisando as atividades no porto de Rio Grande.
Na cidade de Tupanciretã, no Rio Grande do Sul, os ventos já atingiram a marca dos 107 km/h no início da manhã desta terça-feira, dia 7. Além disso, a chuva será forte sobre o sul do estado com acumulado em torno dos 100mm, benéfico para o aumento do nível dos reservatórios e posterior irrigação do arroz.
Na segunda metade da semana, a chuva também alcançará o norte do Paraná e o sul dos estados de Mato Grosso do Sul e de São Paulo. Apesar do acumulado acima dos 20 milímetros, é recomendável aguardar pela precipitação para fazer a instalação.
A chance da precipitação acontecer fora da área prevista é alta. Já na maior de Minas Gerais, Goiás, leste de Mato Grosso, sul de Tocantins e Bahia, o tempo permanecerá seco e com temperaturas elevadas. Boa parte do Vale do Araguaia, entre Mato Grosso e Goiás, terá máximas acima dos 40°C.
Entre os dias 13 e 19 de setembro, a chuva vai avançar mais para norte alcançando a metade Norte do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e áreas do centro, sul e leste do Paraná. Por outro lado, em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rondônia terão somente pancadas isoladas de chuva que pouco vão ajudar no início da instalação da nova safra.
A rodada da previsão americana CFSv2 indica que a primeira precipitação intensa sobre as regiões Sudeste e Centro-Oeste acontecerá no início de outubro. Isso significa que o atraso na instalação da primeira safra em 2021 não será tão grande como foi visto em 2020. É uma primeira boa notícia para a segunda safra de milho de 2022, embora ainda tenha muito tempo para sua instalação.
No fim de semana, a entrada de uma massa de ar de origem polar vai derrubar as temperaturas no Sul e há risco de geada isolada na faixa que vai desde o norte do Rio Grande do Sul até o sul do Paraná.
A umidade do solo está muito baixa quase na totalidade das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Matopiba e, embora o vazio sanitário para instalação da soja esteja perto do fim, a maior parte do país não tem condições para iniciar a instalação. Ainda assim, a primeira safra de milho começou a ser instalada no Paraná com 3% da área total, de acordo com o Deral. Mais de 80% da área de milho de segunda safra foi colhida. No trigo, 56% das áreas estão em boas condições, mas necessitam de chuva, já que 74% das áreas estão em floração ou frutificação.
No Rio Grande do Sul, quase metade das áreas de trigo do noroeste do Estado ainda estão em desenvolvimento vegetativo, de acordo com a Emater. O milho é instalado rapidamente na região noroeste e Missões, já que a melhor janela para plantio vai até 10 de setembro. Em Mato Grosso do Sul, a Famasul aponta que 70% das áreas de segunda safra de milho foram colhidas.