DE VOLTA PARA CASA

Micos-leões e araras brasileiros contrabandeados voltam da África em avião da PF

Animais, que são endêmicos do território brasileiro e estão na lista de espécies ameaçadas, foram localizados no Togo

mico-leão-dourado
Foto: Polícia Federal

A Polícia Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e de Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizaram um trabalho integrado para buscar animais silvestres brasileiros no Togo, país da África Ocidental. Chamada de Operação Akpé – termo que significa “obrigado”, na língua local, em agradecimento à cooperação fornecida pelo nação africana -, a ação repatriou 12 araras-azuis-de-lear e 17 micos-leões-dourados, espécies que estão na lista de ameaçadas de extinção.

O tráfico dos animais está sob investigação, para a identificação dos responsáveis pela prática criminosa.

Os animais foram localizados há cerca de duas semanas em Lomé, capital do Togo, em um veleiro de bandeira brasileira. Na ocasião, quatro homens foram presos pelas autoridades locais: um uruguaio, um surinamês, um brasileiro e um togolês, logo após a embarcação apresentar problemas na costa africana e ser abordada por policiais locais.

A prisão em flagrante ocorreu por estarem na posse de animais protegidos pela Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (Cites), da qual o Togo é signatário.

Ao tomar conhecimento da situação, uma equipe formada por veterinários e especialistas do Ibama deslocou-se ao país africano, para assegurar a sobrevivência dos animais silvestres brasileiros.

Na semana passada, uma aeronave da Polícia Federal partiu do Brasil levando servidores da entidade e do Ibama para auxiliar nos trabalhos de recuperação dos exemplares, antes do retorno ao Brasil. Também foram realizadas ações de polícia judiciária para auxiliar as investigações que já estavam em curso. A chegada ao Brasil ocorreu no último sábado (24).

O Ministério das Relações Exteriores também contribuiu para a repatriação, abrigando os animais na Embaixada do Brasil em Lomé até sua retirada do território togolês. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) foram outros dois órgãos que colaboraram com os trabalhos.

Situação dos micos-leões e araras

De acordo com a PF, os micos-leões foram encontrados debilitados, desnutridos, intoxicados e com presença de óleo de motor na pelagem. Já as araras apresentaram episódios de estresse. O Ibama avalia colocar anilhas para marcação nas aves. Os micos receberão microchips.

Repatriação

As araras-de-lear devem ser encaminhadas para uma estação quarentenária. Já os micos-leões-dourados seguirão para um centro de recuperação de animais onde cumprirão quarentena.

A repatriação é um processo de devolução dos animais ao habitat, aquele local em que a espécie é naturalmente encontrada, proporcionando retorno às funções biológicas no meio ambiente.