Cerca de mil pessoas invadiram a fazenda Igarashi, em Correntina, município no oeste baiano. O grupo era composto por moradores de comunidade ribeirinha do rio Arrojado, que acusam a irrigação da propriedade de ser responsável pela seca do rio. Segundo informações da Companhia Independente de Policiamento Especializado no Cerrado (Cipe Cerrado), durante o ato parte da edificação foi destruída, assim como máquinas e implementos, veículos, bombas de captação e pivôs.
Em nota, a Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) afirma que apoia toda e qualquer manifestação de cunho ambiental, mas repudia veementemente ações violentas e atos de vandalismo contra o patrimônio, seja ele público ou privado.
A entidade classifica o manifesto como extremista e sem embasamento técnico-científico, porque “os participantes atribuem o baixo volume dos rios exclusivamente aos pivôs utilizados na irrigação das lavouras, desconsiderando estudos recentes sobre a disponibilidade hídrica da região, fatores climáticos e o próprio ciclo da natureza”, diz na declaração oficial.
O grupo também pretendia invadir a fazenda Curitiba, que é vizinha à Igarashi e pertence ao mesmo grupo, mas a chegada da Polícia Militar e da Cipe coibiu a tentativa.
Após a manifestação ser dispersada, os ribeirinhos se dirigiram à cidade e realizaram outro ato. Mediante acordo com a polícia, que garantiu que ninguém seria preso, os protestos foram encerrados. Segundo a Cipe Cerrado, eles foram identificados e um boletim de ocorrência foi feito na delegacia.
A equipe do Canal Rural tentou entrar em contato com a delegacia do município, mas ela não respondeu até a publicação desta reportagem.