O mercado de milho deve apresentar alguma alteração de preços nesta semana, a partir da divulgação do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado no dia 10. No Brasil, a preocupação segue com o clima, que já causa perdas em algumas regiões.
Acompanhe abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de milho na próxima semana. As dicas são do analista da Safras Consultoria, Paulo Molinari.
- Mercado norte-americano sustentado na semana devido à mudança de ambiente no sistema financeiro carregando os fundos para o mercado de commodities;
- Há expectativa de algum corte de produção e estoques para o relatório do USDA no próximo dia 10;
- O USDA deve cortar a produção da China em 10 milhões de toneladas devido a perdas no Nordeste do país;
- Ainda não há nenhuma mudança no regime de cotas de importação por parte da China que se mantém em 7 milhões de toneladas no ano;
- Colheita nos EUA chegando ao final e sem pressão de venda pelo produtor local;
- Um novo corte de estoques e uma boa demanda de exportação poderia levar os preços acima dos US$ 4.20/bushel;
- O mercado brasileiro tem um foco importante no quadro climático. As perdas de produção já são irreversíveis no Sul do Brasil, principalmente Rio Grande do Sul e Santa Catarina, devido à seca e com geadas na última semana;
- Há alguma previsão de chuvas para o PR e SC nesta semana entrante;
- No entanto, a situação começa a ser crítica até mesmo para a soja já plantada e para a janela da safrinha 2021;
- As perdas no verão acentuam a necessidade de correção do abastecimento até julho/21, seja com corte de demanda seja com importações;
- Da mesma forma, importações, o governo tomou uma decisão que retira da barreira técnica de importação do milho norte-americano. Portanto, não é mais exigido um laudo para a entrada de produto transgênico;
- O fato deixa a importação de origem EUA sem restrições técnicas e a decisão de importar se resume a apenas uma questão de custos;
- Esta decisão pode gerar alguma pressão de curto prazo nos preços internos do milho brasileiro. No entanto, não eliminaremos a necessidade de importação no primeiro semestre de 2021;
- Consumo elevado e quebra na safra de verão deixa um espaço para desabastecimento no primeiro semestre.