O posicionamento de alguns artistas brasileiros sobre o agronegócio gerou uma crítica severa por parte da atual ministra da Agricultura, Tereza Cristina. Nesta segunda-feira, dia 14, em entrevista à Rádio Jovem Pan, ela disse que “é um absurdo o que fazem hoje com a imagem do Brasil”. No centro de seus comentários esteve a modelo Gisele Bündchen.
Em novembro, enquanto se discutia a estrutura ministerial do governo de Jair Bolsonaro e a possível fusão entre as pastas da Agricultura e Meio Ambiente, Gisele publicou em suas redes sociais uma carta aberta ao então presidente eleito. Nele, a famosa pedia que não fosse permitido “um retrocesso de décadas de luta pelas florestas brasileiras”.
Excelentíssimo futuro presidente eleito @jairbolsonaro pic.twitter.com/XzBz1CCqtZ
— Gisele Bündchen (@giseleofficial) 1 de novembro de 2018
Durante a entrevista, Tereza Cristina alfinetou a modelo. “Você deveria ser nossa embaixadora e dizer que seu país preserva, está na vanguarda do mundo na preservação, e não meter o pau no Brasil sem conhecimento de causa”, diz. No Twitter, a ministra chegou a ironizar dizendo que Gisele receberia um convite da pasta.
Na Jovem Pan sinalizei que a Gisele Bündchen podia ser embaixadora do Brasil para mostrar que produzimos alimentos para o mundo preservando a natureza. A modelo vai receber, em breve, convite nosso. @giseleofficial
— Tereza Cristina (@TerezaCrisMS) 14 de janeiro de 2019
Impacto dos influenciadores
Em meados do ano passado, durante a discussão do Projeto de Lei (PL) 6299 de 2002, na Câmara dos Deputados, que alterava pontos relacionados à liberação de defensivos, famosos protestaram no Instagram e criaram a #ChegaDeAgrotóxicos.
“A Bancada Ruralista tenta aprovar a todo custo a PL do Veneno (PL) 6299/2002”, publicou a apresentadora de programa de culinária Bela Gil. Naquele momento, Tereza Cristina presidia a Frente Parlamentar da Agricultura.
Não demorou para que produtores de todo o país enviassem mensagens rebatendo os comentários que, segundo eles, vinham de pessoas sem conhecimento do tema. “Sem agrotóxicos, vai faltar alimento”, disse Aloísio Pacelli, de Manhuaçu (MG), na época.