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Ministro da Justiça viaja a Mato Grosso do Sul para conter conflito entre índios e produtores

José Eduardo Cardozo vai para a região de Antônio João, área de conflito entre índios e produtores rurais há mais de uma semana; seis fazendas permanecem ocupadas 

Fonte: Agência Brasil / Divulgação

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, desembarca nesta quarta, dia 2, em Mato Grosso do Sul, para tentar conter o conflito agrário que ocorre entre índios e produtores rurais na região da fronteira com o Paraguai. Na cidade de Antônio João, a 300 quilômetros de Campo Grande, seis fazendas permanecem invadidas por índios pela segunda semana. Hoje, com a autorização da presidente Dilma Rousseff, o Exército também chegou à região.

Segundo o secretário de estado de governo, Eduardo Riedel, a visita das autoridades federais vem de encontro com as necessidades do estado de agir em favor da pacificação entre os ruralistas e índios.

– Vamos fazer uma série de reuniões com as autoridades federais e com todo o staff do governo do estado a fim de encontrar uma solução para acabar com os conflitos fundiários do Estado – ressaltou Riedel.

No sábado, dia 29, houve confronto, e a Polícia Civil de Antônio João investiga a morte do índio Semião Fernandes Vilhalva, de 24 anos. O integrante da aldeia Marangatú, da etnia guarani-kaiowá, foi achado morto no córrego da fazenda onde estão ocorrendo conflitos entre produtores rurais e indígenas. A princípio, a tribo não permitiu que a perícia se aproximasse do corpo. Investigadores só tiveram acesso ao local depois que o Exército e a Força Nacional chegaram. O índio tinha um orifício na cabeça, provocado por um tiro de calibre 22. O corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Ponta Porã. A necropsia já foi feita, mas o laudo ainda não foi divulgado.

No perfil da organização comunitária Aty Guasu em uma rede social, índios das etnias guarani-kaiowá e terena divulgaram na segunda, dia 31, uma nota informando que 20 mil indígenas seriam enviados para a região de conflito com produtores rurais no estado. De acordo com a assessora da deputada estadual Mara Caseiro (PTdoB), hoje pode ser aberta uma CPI contra o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) na Assembleia Legislativa de Campo Grande. O objetivo é averiguar a participação e ligação do conselho com as invasões no estado. Procurado ontem pela reportagem, o Cimi informou não ter conhecimento sobre o possível envio de mais de 20 mil índios para apoiar o conflito na cidade.

AGENDA

Às 10 horas, está prevista a primeira reunião do grupo. Às 11h, Reinaldo Azambuja recebe o arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa. Produtores rurais se reunirão com a comitiva dos governos, às 12h e às 15h, o grupo de autoridades abre o diálogo com os indígenas.

Também devem participar desta agenda os representantes da Procuradoria- Geral da República, Polícia Federal, Polícia Federal Rodoviária, Supremo Tribunal Federal, Fundação Nacional do Índio (Funai), Ministério da Justiça e a secretária – geral da República, Regina Mink. Da parte do Governo do Estado, os secretários de Estado Eduardo Riedel, Sérgio de Paula, Silvio Maluf, representante do Comando Militar do Oeste (CMO) e da Procuradoria Geral do Estado estarão presentes.

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