Esperada há décadas pelos produtores de Mato Grosso do Sul, com o apoio do governador Reinaldo Azambuja, o estado criou a Delegacia Especializada de Combate à Crimes Rurais e Abigeato (Deleagro), medida comemorada pelas lideranças.
O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Jonatan Barbosa, destacou que a criação da delegacia especializada vai contribuir muito para o combate a estes crimes no campo, sendo importante aos produtores do estado.
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“As forças de segurança já realizam um trabalho efetivo no setor, diminuindo os casos de abigeato com repressão a estes furtos e sempre estando em contato com os produtores”, afirmou Barbosa, acrescentando que com a Deleagro “o Governo do Estado garante mais segurança ao setor produtivo, dando mais agilidade no combate a estes crimes”.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Maurício Saito, a delegacia especializada vai dar mais agilidade, rapidez e eficiência na resolução dos crimes. “É de suma importância para o setor agropecuário, uma vez que representa mais segurança e tranquilidade às pessoas que vivem e trabalham no campo”.
Ele ponderou que em determinados períodos do ano há um fluxo e volume intenso de insumo e animais, tanto nas estradas como nas propriedades rurais, sendo necessário estes cuidados. “Os crimes registrados nas áreas rurais são de grande preocupação em Mato Grosso do Sul, considerando seu perfil produtivo e sua localização geográfica”.
“A delegacia especializada terá uma relação mais próxima com o produtor, tanto na prevenção como como combate ostensivo a este tipo de crime, para dar mais segurança ao agronegócio”, afirmou o governador Reinaldo Azambuja.
A Deleagro terá a missão de reprimir e investigar crimes como o abigeato, que se trata de furtos de animais domésticos no campo e nas fazendas, principalmente de gado. Também terá competência para investigar e reprimir crimes como subtrações de insumos, defensivos e maquinários agrícolas.
Irá atuar, ainda, nos delitos decorrentes de crimes agrários, nos quais haja violência, em um trabalho de cooperação com demais instituições e órgãos, com ressalvas àquelas com competência federal, e prestará apoio às demais unidades policiais na apuração de crimes contra o agronegócio.
Caberá à delegacia coordenar, orientar, prevenir e exercer ações permanentes para o combate aos delitos voltados à atividade rural, centralizar e difundir dados, denúncias e estatísticas sobre este tipo de crime.
O delegado-geral da Polícia Civil, Adriano Garcia Geraldo, ressaltou que a unidade é um grande avanço para segurança pública. “Mostra todo nosso respeito pelos pecuaristas e agricultores, que agora vão dispor de uma unidade especializada para estes crimes, com atuação em todo o Estado”.
Mapeamento
A Deleagro irá mapear as estradas e as propriedades rurais para análise criminal e formulação de políticas eficazes no combate aos delitos no campo. Também estão previstos cursos, palestras e capacitações, visando a prevenção destes crimes, assim como a definição de procedimentos operacionais.
A unidade poderá ainda promover parcerias com empresas, produtores e trabalhadores rurais, assim como órgãos e entidades da administração direta, como a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) e aquelas de âmbito municipal e federal que tratam do tema.
O Decreto também prevê a criação de um banco de dados atualizado sobre veículos boiadeiros, empregadores, condutores de comitivas, motoristas de caminhões e outros dados de relevância que ajudem no combate a estes crimes.
Com a criação da Deleagro, estes crimes rurais que antes eram investigados pelo Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros), passam a ser competência da unidade especializada.
Opinião do setor
Para o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Luciano Leite, a medida do Governo do Estado atende a uma das principais reivindicações dos produtores da planície pantaneira, que é o combate preventivo e sistemático ao furto e receptação de gado, que tem causado grandes prejuízos econômicos e insegurança na região.
“Com esse decreto, os produtores se sentem mais aliviados, pois o abigeato é um problema sério, temos uma região muito extensa e somente o apoio da Polícia Ambiental, que tem nos ajudado, não é possível combater esse tipo de crime”, disse Leite.
Ele agradeceu o governador Reinaldo Azambuja por atender a mais uma reivindicação dos pantaneiros. “Temos recebido todo apoio do governo, principalmente em infraestrutura, e agora a criação de uma delegacia especializada em abigeato vai nos livrar de um grande pesadelo.”
O decreto que cria a nova delegacia pode ser conferido na página 7 da edição desta quarta-feira (28) do Diário Oficial.