Após acordo com deputados estaduais e o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), as mais de 150 famílias que ocupavam uma propriedade em Tumiritinga (MG), deixaram o local na tarde desta quinta, dia 16. A fazenda de 1500 hectares foi palco de um acidente aéreo que culminou na morte do prefeito de Central de Minas, Genil da Mata.
Segundo o superintendente do Incra no estado, Gilson de Souza, a negociação com os invasores se baseou em três pontos: a Polícia Militar irá garantir a saída das famílias com segurança; o governo estadual vai incluir todos os ocupantes no cadastro de bolsa-auxílio de Minas Gerais; e, por último, que o Incra comece a vistoriar imóveis rurais da região, para tentar a compra ou a desapropriação por improdutividade.
– A partir da semana que vem vamos começar a vistoriar os terrenos do Vale do Rio Doce. Temos algumas sugestões dos movimentos sociais, vamos fazer uma triagem e começar as visitas. As propriedades que se encaixarem nos padrões de imóveis para reforma agrária, receberão notificação – explica.
O coordenador estadual do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST) em Minas Gerais, Cristiano Meirelles, confirma a retirada das famílias. O movimento recebeu a promessa do instituto de que haverá agilidade na vistoria dos terrenos na região.
– Após conversarmos com deputados, o superintendente do Incra, optamos por desocupar o local. Recebemos a promessa de mais agilidade no processo de reforma agrária na região. Foi muito triste o que aconteceu [morte de Genil], a reforma agrária é feita com diálogo – disse Meirelles.
O Canal Rural procurou o advogado de Genil da Mata, Siranides Gomes, mas, até o fechamento deste texto, não tivemos retorno. O superintendente do Incra mineiro disse ser pouco provável que o imóvel do ex-prefeito de Central de Minas entre em pauta para aquisição ou desapropriação.