A CTNBio se reuniu para decidir sobre a liberação de novas variedades de milho transgênico, uma delas resistente ao 2,4-D, e uma variedade de eucalipto transgênico. De acordo com informações da assessoria de imprensa do MST, a reunião foi interrompida antes de a votação sobre o eucalipto entrar em pauta.
Os pequenos agricultores que acompanhavam a reunião desde o início começaram a manifestação quando o item em questão começaria a ser apreciado. Ainda segundo a assessoria, não houve registro de uso de violência por parte dos manifestantes, que apenas exibiram cartazes e pedidos de não aprovação de novos transgênicos no país.
A próxima reunião da CTNBio está marcada para o dia 9 de abril, quando o pedido de liberação do eucalipto deve voltar à pauta.
Destruição de viveiro
Durante a manhã desta quinta, um grupo de manifestantes ligados ao MST ocupou a entrada da empresa FuturaGene Brasil Tecnologia Ltda., da Suzano Papel e Celulose, no município de Itapetininga, em São Paulo. A fábrica desenvolve testes com o eucalipto transgênico, conhecido como H421 e pede a liberação da variedade.
Os manifestantes destruíram um viveiro de mudas de eucalipto transgênico e pixaram a empresa. O MST divulgou um vídeo mostrando a ação.
Para a integrante da direção nacional do MST Atiliana Brunetto, as decisões da Comissão não respeitam a legislação brasileira e a Convenção da Biodiversidade, além de ignorarem questões de saúde pública.
– Se aprovado pela comissão esse pedido, o eucalipto reduziria sua rotação de seis/sete anos para, apenas, quatro anos. O gasto de água será maior que os 25 a 30 litros/dia de por cada eucalipto plantado que se utiliza hoje. Estamos, novamente, chamando atenção para o perigo dos desertos verdes – aponta a integrante do Movimento de Mulheres Camponesas Catiane Cinelli.
Editado por Gisele Neuls