A perspectiva dos reservatórios para a geração de energia no próximo ano é mais tranquila do que foi a virada do ano passado para 2015 e o fenômeno climático “El niño” tem uma papel importante nesse aumento de disponibilidade hídrica. A opinião é do diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Hermes Chipp.
–Não temos uma hidrologia espetacular, mas é muito melhor que no ano passado disse Chipp –afirmou durante participação do 5º Seminário sobre a Matriz e Segurança Energética Brasileira, promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
–A expectativa dos meteorologistas é que a transição [de 2015 para 2016] seja favorável por causa do fenômeno El Niño, com muita chuva no Sul, chegando ali, no Centro-Sul do país, pegando São Paulo e incrementando Itaipu – afirmou.
Chipp disse que é preciso esperar o mês de outubro, quando acaba o período seco, para que fique mais definida a possibilidade de desativar mais usinas térmicas. Neste mês, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico autorizou o desligamento de 2 mil megawatts (MW) em usinas térmicas com custo de operação superior a R$600/MWh.
A decisão de desligar as usinas, segundo Chipp, foi fundamentada na redução do consumo de energia no país e na provável expansão da oferta. As novas usinas no Rio Madeira e as eólicas devem começar a funcionar ainda neste ano.
O segundo relatório anual de revisão de carga, que atualiza as perspectivas de consumo, teve que ser antecipado de setembro para julho por causa da redução verificada, informou o Operador do Sistema Elétrico. Entre janeiro e julho, o consumo caiu 2,8% no país, e a previsão é que a redução no ano de 2015 possa chegar a 2%.