O secretário executivo e ministro interino da Agricultura, Eumar Novacki, admitiu nesta segunda-feira, 19, que a instabilidade política afasta investimentos estrangeiros no agronegócio brasileiro. Em entrevista à rádio CBN, em São José do Rio Preto (SP), após visitar o prefeito e ex-ministro Edinho Araújo (PMDB), Novacki citou como exemplo a desistência da Tata Coffee, braço cafeeiro da holding indiana, em fazer aportes no País.
“Não há dúvida que a instabilidade política afugenta investimentos. (…) O Tata Coffe, da Índia, garantiu investimento ao ministro Blairo (Maggi), em sua última visita àquele país, e depois chegou à conclusão de que era mais seguro fazer investimento no Vietnã. E para lá eles foram”, disse o ministro interino. De acordo com Novacki, mesmo sem investimentos como esses, o setor produtivo brasileiro “não desanima”, garante o abastecimento “e segura a Economia do País”.
O ministro interino voltou a criticar a forma de divulgação da Operação Carne Fraca, deflagrada em março pela Polícia Federal, bem como reações de países e blocos econômicos, principalmente a União Europeia (UE). Em carta enviada ao governo brasileiro, divulgada semana passada, os europeus criticaram a sanidade e ameaçaram embargo ao produto local.
“Questionamos a forma como foi divulgada essa operação, o que levou pânico à população como se o produto estivesse em xeque. Em nenhum momento a carne brasileira foi investigada”, disse sobre a Carne Fraca. “Concordamos com questionamentos (estrangeiros) e faríamos o mesmo se estivéssemos do outro lado. Mas o produto brasileiro ser colocado em cheque por questões comerciais não vamos admitir”, concluiu.
Novacki segue como ministro interino até amanhã à tarde, quando o titular Blairo Maggi retorna ao Brasil de uma viagem oficial à China.