O governo está preparado para agir “com o mesmo tom” do ano passado no enfrentamento aos efeitos econômicos da pandemia da Covid-19, mas só vai “declarar guerra” e adotar um novo auxílio emergencial contra a doença caso a situação se agrave e, neste caso, será necessário compensar as despesas incorridas pelo governo, afirmou o ministro da Economia, Paulo Guedes.
“Temos o protocolo da crise, aperfeiçoado agora. Ano passado, quando criamos auxílio emergencial, tivemos que esperar PEC de guerra para autorizar a violação da regra de ouro, do teto [de gastos]. Por isso que digo que é preciso ter muita responsabilidade quando você ‘declara a guerra'”, disse Guedes, durante um evento promovido pelo Credit Suisse.
Segundo ele, se a pandemia atingir o Brasil novamente com força, será declarado estado de guerra. “Significa o seguinte: não tem aumento de salário durante dois anos para funcionalismo, os pisos estão todos bloqueados, o ‘desindexar, desvincular, desobrigar’ – tem que fazer aquilo”, acrescentou.
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“Se apertar botão vermelho de emergência, não é só pegar o dinheiro e sair correndo. Tem que fazer todo o protocolo. Tem que pagar pelo custo da guerra, não pode empurrar isso para outras gerações”, afirmou.
“Se apertar botão aqui vai ter que travar o resto todo. Vamos esperar pelo melhor, que com vacinação em massa as mortes estejam descendo, começa a descer. Se concentrar nos próximos dois meses, focalizar neste segmento específico [idosos], pronto, a coisa desce, está controlada. E Brasil segue a vida normal. Se não for o caso, já existe o protocolo da crise”, disse Guedes. “Mas tem que pensar 10 vezes” antes de apertar o botão, afirmou.