A divisão agrossilvipastoril da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) desenvolveram uma metodologia para padronizar e facilitar a avaliação da viabilidade econômica de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF).
Os pesquisadores das duas entidades elaboraram um sistema de organização dos custos baseado no sistema ABC (do inglês, Custo Baseado em Atividades) que permite a identificação dos custos de produção associados a cada atividade realizada, como plantio, aplicação de fungicida, aplicação de inseticida, dessecação, colheita, poda de árvores e vacinação de animais.
O método comumente utilizado, o de custeio por absorção, computa os custos globais de cada insumo, o que torna difícil saber quanto de mão de obra foi despedida no plantio e outros itens.
O novo modelo possibilita saber o valor exato de cada procedimento realizado no campo, o que é fundamental em um sistema complexo como a ILPF.
– A ideia é quebrar os custos em todas as atividades executadas para poder compor o produto final. Claro que isso dá muito mais trabalho no registro dos dados, mas a grande vantagem é que o relatório vem mais informativo – diz, em nota, o pesquisador da Embrapa Júlio César dos Reis.
A Embrapa destaca também que ao se ter o custo de cada operação, é possível avaliar a eficiência dos procedimentos. Pode-se verificar se a configuração espacial da ILPF está aumentando o tempo de execução de uma atividade, gerando mais consumo de combustível, mais hora-máquina e mais hora de trabalho. Com as informações, o produtor pode ajustar a configuração para tornar o sistema mais eficiente.
O conceito já está sendo aplicado em caráter experimental por meio de uma ferramenta testada em nove Unidades de Referência Tecnológica e Econômica (URTE) em Mato Grosso.