O governo federal vai alterar a forma de pagamentos dos profissionais que prestam assistência técnica rural. A proposta é que os extensionistas passem a ser remunerados pelos resultados alcançados. A alteração foi definida na primeira reunião da diretoria da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) nesta quinta, dia 17.
A agência ainda deve demorar pelo menos um ano para entrar em campo com esta nova plataforma de assistência técnica. O tempo é necessário para estruturar os processos e para realizar a transição dos técnicos para o formato proposto. Os primeiros testes vão atender cerca de 30 mil produtores rurais, com investimentos na casa dos R$ 60 milhões.
No modelo em vigor, os técnicos recebem pelo serviço prestado, que corresponde, em média, a três visitas por ano nas propriedades. Atualmente, os profissionais não precisam comprovar a efetividade da assistência. Com a mudança, os técnicos deverão comprovar os resultados alcançados. No próximo ano, a Anater vai assumir a gestão dos contratos com as empresas de extensão rural.
“Nós passaremos a observar os resultados efetivos, se houve aumento de renda do produtor e outros indicadores para que eles sejam remunerados. Isso vai ser construído, um pagamento por resultados”, explica o presidente da Anater, Paulo Guilherme Cabral.
Processo lento
Passados quase seis meses da nomeação de Cabral à presidência da Anater, somente em dezembro ocorreu a primeira reunião para discutir o estatuto da entidade. O processo de criação da agência começou em 2013, mas só agora saiu do papel. Para a diretoria do órgão, a justificativa para tanta demora vem da complexidade de se estrutura um modelo de assistência técnica rural que corresponda à realidade brasileira.