Sebastião Barbosa, pesquisador aposentado da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), assumirá nesta quarta-feira, dia 10, a presidência da estatal, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Ele será empossado pelo presidente da República, Michel Temer, às 11 horas, no Salão Nobre do Palácio do Planalto em Brasília e assumirá o cargo ao final do mandato de Maurício Antônio Lopes, que está na função desde 2012.
Barbosa é engenheiro agrônomo, especialista em Entomologia (estudo dos insetos) e foi contratado pela Embrapa em 1976, atuando em programas de controle e erradicação de pragas. Por 17 anos, trabalhou na Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO), no Serviço de Proteção de Plantas, em Roma, Itália; e no escritório para a América Latina e no Caribe, em Santiago, Chile – nesse período, manteve-se licenciado sem receber rendimentos da Empresa.
Coordenou a cooperação internacional da Embrapa e foi Chefe-Geral da Embrapa Algodão, centro de pesquisa localizado em Campina Grande (PB), além de outras atividades exercidas na estatal.
Novo processo de seleção
A Embrapa é a primeira estatal a selecionar seu principal gestor seguindo as determinações de duas leis instituídas em 2016. O processo seletivo para escolha do novo presidente foi iniciado em agosto e 16 candidatos se inscreveram – dez do quadro e seis externos (inclusive Sebastião Barbosa), sem vinculação com a Empresa.
O Conselho de Administração realizou a análise curricular e a análise prévia de compatibilidade de todos os candidatos e depois entrevistou os três selecionados que atingiram a melhor pontuação técnica. O candidato mais bem avaliado foi submetido para aprovação prévia da Casa Civil da Presidência da República.
Porém o processo de escolha causou divergências no setor. Em 12 de setembro, cerca de 40 entidades do agronegócio enviaram uma carta ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, criticando o processo de seleção para o novo presidente da Embrapa.
“Parece-nos que o processo seletivo de presidente, sem a prévia definição de sua estratégia e desenvolvimento futuro, traz uma enorme dificuldade”, diz a carta, assinada pelo presidente do Instituto Pensar Agrícola (IPA), Fabio de Salles.
“Esse processo está invertido”, afirmou Pedro de Camargo Neto, vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), uma das signatárias da carta. “Antes de escolher o presidente, precisaria saber quais os planos dele para enfrentar os graves problemas da Embrapa”.
A transição de gestão da presidência da Embrapa começou no dia 1º de outubro. A mudança de comando não inclui os três diretores-executivos, que assumiram o cargo em julho de 2017 e possuem mandatos de dois anos, podendo ser renovados. A sucessão vai dar continuidade ao processo de revisão estrutural e funcional da Embrapa, iniciado em 2015 e demandado pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, com o objetivo de aproximar ainda mais a Embrapa do setor produtivo. Com informações da assessoria de imprensa da Embrapa.