Em entrevista coletiva da tarde deste sábado, dia 7, sobre o rompimento das barragens, a prefeitura da cidade de Mariana (MG), afirmou que até aquele momento eram dois mortos, 25 pessoas desaparecidas, sendo 13 funcionários da mineradora Samarco e 12 moradores do distrito de Bento Rodrigues. Até o momento, 557 pessoas foram abrigadas em hotéis da cidade, com as despesas pagas pela mineradora. Um novo boletim neste domingo atualizou para 28 o número de desaparecidos.
No final da tarde deste domingo, o Corpo de Bombeiros soltou um comunicado com uma atualização desses números. Diz o documento: “Até agora foram contabilizados um óbito em decorrência de mal súbito e encontrados os corpos de três homens, ainda sem identificação. O último corpo foi localizado no final desta tarde e resgatado pelo Corpo de Bombeiros. Duas mulheres permanecem hospitalizadas no hospital João XXIII, porém estáveis. Duas crianças e uma mulher já foram liberadas. Até agora continuam desaparecidos 15 moradores e 13 funcionários, totalizando 28 desaparecidos”.
A prefeitura acredita que pelo menos mais 250 pessoas estejam alojadas em casas de parentes ou voluntários. As vítimas chegam a todo o momento e são encaminhadas para a arena da cidade, onde foram colocadas as doações.
A Samarco já liberou parte dos R$ 35 milhões pela indenização da exploração de minério, os recursos serão utilizados para reconstruir os municípios afetados pelo desastre. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Rural da cidade de Mariana, Paulo Cesar, os subdistritos de Mariana mais afetados foram Bento Rodrigues, Bicas, Paracatu, Pedras, Campinas e Ponte do Gama.
A maior parte destas áreas abrigava pequenos produtores rurais com agricultura familiar que perderam praticamente toda a produção. “Bento Rodrigues é uma das principais bacias leiteiras da região, e muitos produtores perderam todo o rebanho e também as áreas que haviam sido cultivas para o plantio do milho para silagem”, disse o secretário.
Embora a Samarco afirme que a lama não cause prejuízos para o meio ambiente, Paulo Cesar afirma que essas áreas devem ficar improdutivas por um longo período.
Os números dos danos foram atualizados na manhã deste domingo pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater).
No município de Mariana, há cerca de 1.500 produtores rurais. Cerca de 90% são adeptos da agricultura familiar. A estima inicial é de que tenham sido perdidas pelo menos mil cabeças entre bovinos e equinos.
Cerca de 150 hectares de milho que seriam dedicados à silagem foram destruídos. Isso agrava ainda mais o problema de muitos fazendeiros de leite, que estão ilhados à espera de ração para o seu gado.
Outro número divulgado pela Emater dá conte de que, no subdistrito de Ponte do Gama, pelo menos 200 hectares de eucalipto foram soterrados.