O verão 2024/2025 no Brasil começará oficialmente no dia 21 de dezembro às 6h21 (horário de Brasília) e se estenderá até 20 de março de 2025. Segundo meteorologistas da Climatempo, a estação promete um cenário climático diferente do verão anterior, marcado por um forte El Niño.
Apesar da ausência oficial de La Niña, o padrão de neutralidade fria no Pacífico Equatorial central-leste deve trazer efeitos semelhantes ao fenômeno, com impacto direto sobre o regime de chuvas no país.
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Clima marcado por “efeito La Niña”
O índice ONI (Oceanic Niño Index), utilizado para medir a temperatura média no Pacífico Equatorial central-leste, aponta uma tendência fria, mas não suficiente para configurar um La Niña completo. A meteorologista Ana Clara Marques, da Climatempo, afirma que essa condição neutra-fria deve favorecer a formação de corredores de umidade, estimulando maior volume de chuvas no Norte, Centro-Oeste e Sudeste.
“O próximo verão terá períodos com características típicas de La Niña, como aumento da chuva na Amazônia e irregularidade no Sul, mesmo que o fenômeno não se configure oficialmente”, afirma Ana Clara.
Principais sistemas meteorológicos
A Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) e a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) serão fundamentais para as chuvas no verão. O padrão de neutralidade fria do Pacífico deve facilitar a formação de ZCAS, especialmente a partir de dezembro, trazendo chuvas volumosas para o Centro-Oeste e Sudeste.
Já a ZCIT, que influencia o Norte e o Nordeste, deve apresentar atraso em sua atuação. No entanto, seus efeitos devem começar a ser sentidos em meados de janeiro de 2025 no litoral norte da região Norte. No Amapá e no norte do Pará, os impactos devem começar a ser setnidos um pouco antes, no fim de dezembro de 2024
Mais chuva que no verão passado
A expectativa é que o verão 2024/2025 seja mais chuvoso que o de 2023/2024, quando o El Niño reduziu os volumes de precipitação em várias regiões. Para o Nordeste, os modelos climáticos indicam um verão mais seco, mas com possibilidade de chuvas no outono de 2025.
A influência do Pacífico Equatorial mais frio, ainda que localizada, deverá trazer impactos positivos para a agricultura e abastecimento de água.
Contexto global e temperaturas elevadas
Apesar do resfriamento no Pacífico Equatorial, outros oceanos permanecem com temperaturas acima da média, o que preocupa especialistas. Segundo a Organização Meteorológica Mundial, 2024 pode se tornar o ano mais quente já registrado, superando 2023.