Direto ao Ponto

‘Os astros estão se movendo a favor do agronegócio’, diz futuro vice-ministro

Marcos Montes acredita que a empatia de Jair Bolsonaro ao setor, aliada à escolha de nomes com experiência e relevância podem contribuir para novas conquistas a partir de 2019

Faltando poucos dias para o início do governo Jair Bolsonaro, a sensação é de otimismo na equipe de governo que ocupará o ministério da Agricultura. Em entrevista o programa Direto ao Ponto, deputado Marcos Montes (PSD-MG), futuro vice-ministro da pasta, disse que tanto o futuro presidente como as pessoas escolhidas para comandar os interesses do setor produtivo estão alinhadas com os anseios do meio rural e que a expectativa é de bons resultados em 2019.

“Os astros estão se movendo em favor do nosso setor, que é um setor que já mostrou o seu valor pela sua pujança. No entanto, é uma área da sociedade que precisa ser mais reconhecida e respeitada e estamos vendo esse reconhecimento chegar pelo próprio presidente Bolsonaro, que sabe bem quais são as ações que prejudicam o campo”, falou.

O cargo de vice-ministro é o mesmo do atual secretário-executivo. Nele, Montes disse que irá fortalecer o ministério para facilitar ao máximo o trabalho da futura ministra Tereza Cristina na conquista de novos mercados para os produtos brasileiros. “Estarei segurando os problemas para que a ministra possa ter a possibilidade de realizar um ministério forte, voltado para os interesses do país e, acima de tudo, para o comércio internacional”, contou.

Membro do Congresso há 12 anos, Montes contou que vai colocar em execução o que sempre defendeu no plenário, que é dar segurança ao produtor rural para que ele possa produzir e ter certeza que completará o ciclo sem surpresas

Questões ambientais

Perguntado sobre temas que ainda geram polêmica no agronegócio, Marco Montes acredita em um posicionamento firme do governo Bolsonaro.  “Vamos atuar com firmeza em todas as frentes, mas sempre aliados com o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável, afinal, nós do meio rural somos os primeiros a preservar, mas o desconhecimento acaba gerando essa repercussão negativa do setor”.

Montes falou sobre a desistência de Bolsonaro em relação à união das pastas do Meio Ambiente e da Agricultura. Segundo ele, a decisão foi acertada e o que é preciso agora é uma melhor entendimento entre os dois ministérios.  “Teremos duas pastas que vão se conversar e lutar para mostrar ao mundo a nossa parte ambiental. Não podemos ter um ministério que tem como espírito principal multar o trabalhador rural e esse é o posicionamento do presidente, o que nos deixou mais aliviados e animados”, disse.

Tereza Cristina

O futuro vice-ministro acredita no potencial de Tereza Cristina para comandar a pasta. “Ela tem apoio da grande maioria, incluindo parlamento, empresários e representantes do setor. Ela se impõem pela capacidade que mostrou à frente da Frente Parlamentar da Agropecuária, que é, sem dúvida, a instituição mais forte do nosso parlamento. A escolha pelo nome de Tereza Cristina foi sábia e não havia outro nome com tanto consenso como o dela”, disse.

Desafios

Nos últimos anos, o Ministério da Agricultura passou por algumas “tempestades” envolvendo investigações de funcionários, como no caso da Operação Carne Fraca. Na visão de Marcos Montes, o principal desafio da pasta é fazer o Brasil acreditar e apoiar o segmento.

“Temos um ministério competente e de pessoas com muitas qualidades. Problemas existem em vários lugares e essa história da Carne Fraca acabou criando um ambiente nervoso e com muita desconfiança. Precisamos virar essa página e trazer harmonia entre os funcionários. Só assim será possível vender o ministério dentro e fora do Brasil, quebrando os preconceitos que ainda existem”, falou Montes.

O futuro vice-ministro disse ainda que acredita no ministério como um dos principais do Brasil e, com Bolsonaro, ele irá se fortalecer ainda mais. “O presidente está cumprindo a promessa de montar os ministérios sem o famoso ‘toma lá, dá cá’ e loteamento de cargos. Precisamos nos comunicar mais e mostrar que os homens do campo fazem e produzem pelo nosso país. Muitas vezes somos reconhecidos mais no exterior do que no próprio Brasil”, lamentou.