O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, propôs nesta terça, dia 20, em Brasília que seja incluído no documento final do 8º Fórum Mundial da Água um compromisso entre os países participantes para estimular a preservação da vegetação nativa em margens de rios e nascentes. O objetivo, segundo ele, em apresentação durante o evento, é manter a qualidade da água e preservar a biodiversidade do planeta.
Maggi participou na manhã desta terça do painel “Água para agricultura e alimentação” e destacou, na ocasião, o forte engajamento dos produtores rurais brasileiros com a agenda de uso racional da água. “O Brasil vem trabalhando muito forte nessa área, na conservação e na preservação da água”, disse. “Acho que os demais países deveriam seguir esse exemplo.”
O ministro citou ainda a legislação ambiental brasileira, que, segundo ele, é exigente. “A maioria aqui são brasileiros, ou são ligados à agricultura”, afirmou. “Eles sabem que nós temos uma legislação bastante dura, forte, que exige que cada propriedade rural preserve, como florestas naturais, as margens dos seus rios, dos seus córregos, e fazendo com que essas florestas protejam a água, a biodiversidade e a fauna.”
Segundo o ministro, a prática brasileira deve ser incluída nas resoluções do 8º Fórum Mundial da Água e a seguir adotada em âmbito mundial.
“Eu conheço muitos lugares no Brasil”, afirmou Maggi, “e que, assim como no meu estado, Mato Grosso, não havia mais nascentes jorrando. Adotando essas práticas, com o tempo a água volta, com abundância e qualidade.”
Ele lembrou, ainda, que o país é um grande produtor agrícola, mas que usa pouca irrigação com água subterrânea ou de rios. “Noventa por cento da produção brasileira vem do aproveitamento de águas das chuvas”, exemplificou. Dados da Agência Nacional de Águas (ANA) indicam que o Brasil está entre os 10 países com maior área irrigada no mundo, com 7 milhões de hectares irrigados, mas que corresponde a apenas 10% da área plantada.