O contexto macroeconômico do ano passado foi marcado por inflação alta e baixo crescimento, destaca o estudo.
– As expectativas de movimentação monetária em relação à Copa do Mundo não se confirmaram e, no segundo semestre, as incertezas se acentuaram, requerendo constantes revisões para baixo das expectativas de crescimento do PIB. A perda de confiança foi marcante em todos os setores, comentam os pesquisadores – diz o Cepea e a CNA.
O setor de agricultura apresentou queda de 0,75% na atividade, por conta da série de problemas observados na cadeia produtiva no segundo trimestre. Apenas os agricultores tiveram resultado positivo no ano passado, com avanço de 0,15%, graças ao aumento de 3% no volume de produção. Os preços pagos recuaram 2,23% ante o ano anterior, puxados por baixas em soja, milho, trigo, cana e algodão.
A pecuária registrou expansão de 6,91% em 2014, na comparação anual, com destaque para o avanço de 8,33% do setor primário, motivado pela alta dos preços. Somente a avicultura apresentou preços médios inferiores aos de 2013.
A pesquisa do Cepea e da CNA mostra ainda que a agroindústria (que abrange a indústria de processamento dos ramos pecuário e agrícola) teve baixa de 0,32% em 2014, refletindo o desempenho das atividades de processamento vegetal (-0,96%), já que, para a indústria da pecuária, o cenário foi bastante favorável (3,88%). No caso da agroindústria agrícola, das dez atividades acompanhadas, apenas três acumularam alta no ano: celulose, papel e gráfica, etanol e café.
Considerando os desafios e incertezas para 2015, o coordenador do Cepea, Geraldo Barros, afirma que o agronegócio será o “grande condicionante do desempenho da economia brasileira”.
– Representando 23% do PIB nacional, ele pode ser o único setor com crescimento mais expressivo diante da indústria claudicante e dos serviços em processo de exaustão – diz.