O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro caiu 0,15% no primeiro semestre deste ano em relação a igual período de 2014 e somou R$ 1,225 trilhão. São R$ 827,46 bilhões (67,5%) referentes ao ramo agrícola e R$ 397,96 bilhões (32,5%) do segmento pecuário. Enquanto a pecuária cresceu 0,53%, o setor agrícola teve queda de 0,47%.
Os números constam de levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP), divulgados ontem, dia 16, pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
A análise técnica da Cepea ressalta que a deterioração dos preços agrícolas no ano, no mercado externo, contribuiu de forma decisiva para o desempenho negativo da agricultura, uma vez que a produção da safra 2014/2015 cresceu 8,2%, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Na pecuária, o bom desempenho das exportações de carne bovina puxou as cotações no mercado interno, explicando o viés de alta no período analisado. Também tiveram bom desempenho as vendas de carne suína, ovos e produtos lácteos.
A análise do Cepea/CNA destaca, porém, as incertezas sobre o desempenho do agronegócio no decorrer deste ano, por causa da queda de preços das principais commodities (produtos básicos com cotação internacional) agropecuárias, especialmente, soja e milho.
Minas Gerais
Em parceria com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), o Cepea apurou que o PIB do agronegócio mineiro deve crescer 0,89% em 2015 ante 2014, para R$ 163,492 bilhões, dos quais R$ 88,625 bilhões (ou 53,53% do total) advindos da pecuária e R$ 74,867 bilhões (46,47%) da agricultura.
A projeção foi atualizada após os dados de junho, e se manteve positiva, mesmo que o PIB estadual do segmento tenha apresentado leve recuo de 0,1% nos seis primeiros meses do ano.
– O bom desempenho do agronegócio mineiro é resultado, sobretudo, da diversificação da nossa produção. Assim, mesmo quando alguns produtos têm problemas, outros estão em bom momento e seguram os resultados positivos e a renda do produtor rural – explicou a coordenadora da Assessoria Técnica da Faemg, Aline Veloso, em nota.
Nas atividades “dentro da porteira”, o aumento na cotação média dos produtos (1,90%) compensou ligeira queda em volume da produção (0,08%). Entre os produtos acompanhados em Minas Gerais, tiveram aumento de faturamento no acompanhamento até junho: café (11,29%), batata (15,61%), laranja (6,83%), banana (10,84%), feijão (16,60%).
Por outro lado, recuaram em faturamento soja (-5,18%); milho (-5,48%); cana-de-açúcar (-12,37%); carvão vegetal (-24,48%); mandioca (-43,34%); tomate (-9,87%); algodão (-17,88%) e arroz (-37,07%).