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DF: planta tem fama de combater mosquito da dengue

A crotalária atrai libélulas que se alimentam de larvas e Aedes aegypti adultos. Não existe comprovação científica, mas já há uma corrida atrás de sementes da planta 

A planta crotalária é conhecida por sua eficácia como adubação verde. Ela já é bastante utilizada por quem opta pela produção orgânica. No Centro-Oeste, a planta é cultivada nas lavouras, após a segunda  safra de milho ou no lugar dela, para correção do solo e combate a nematóides. Além de todas essas utilidades, a crotalária vem ganhando mais uma fama: a de ser uma arma contra o Aedes aegypti.

A flor amarela da crotalária atrai a libélula azul, que é predadora do mosquito, em todas as fases, da larva até o inseto adulto. Bastou essa noticia se espalhar na região do Distrito Federal que a   procura pela planta só vem aumentando.

No interior de Planaltina, município que vem registrando altos índices de dengue, uma escola  adotou o plantio da crotalária como um projeto pedagógico. Os alunos aprendem ali e levam as sementes para plantar em casa, na tentativa de reduzir o numero do mosquito transmissor da dengue, zica vírus e chikungunya.

“Envolvemos nossos alunos, as crianças, a comunidade. E os alunos transformaram essa ligação da crotalária com a libélula em uma peça teatral. Tudo isso porque o nosso foco é diminuir o índice de dengue na nossa comunidade”, diz Jefferson Soares da Rocha, diretor da escola.

Jane Cristina Paulino é gerente do frigorífico que  está patrocinando o projeto. Ela explica que a iniciativa veio depois  do aumento do numero de  funcionários com dengue.

“Alguns funcionários tiveram dengue. A empresa está situada numa região que tem muita proliferação do mosquito e decidimos avançar  com o projeto. E um parceiro nosso deu a ideia da crotalária”, afirma Jane.

Na ultima semana foram distribuídos mais de 1.800 pacotes de sementes. A procura foi tão grande que esvaziou o viveiro da escola.

A Emater do Distrito Federal distribui as sementes para produtores rurais e para hortas urbanas. Com a corrida das pessoas da cidade em busca da crotalária, o órgão alerta para alguns cuidados.

Apesar de ser rica em biomassa, a crotalária tem  algumas substâncias que, se ingeridas, são prejudiciais. Há registros de ruminantes que têm problemas hepáticos caso consumam a planta.

Mesmo fazendo campanhas pela região do Distrito Federal estimulando o uso da crotalária para combater o Aedes aegypti, a Emater diz que não existe uma comprovação cientifica sobre a eficiência da planta.

Os técnicos do órgão fazem um outro alerta. O aumento do número de libélulas próximo a criatórios de peixespode gerar prejuízo aos piscicultores. Isso porque, além do Aedes aegypti e suas larvas, o inseto adora comer um alevino. 

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