A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta sexta-feira, dia 12, a operação Bullish. A investigação apura possíveis fraudes e irregularidades em aportes concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), através da subsidiária BNDESPar, à empresa JBS. Os aportes, realizados a partir de junho de 2007, tinham como objetivo a aquisição de empresas também do ramo de frigoríficos no valor total de R$ 8,1 bilhões.
Foram cumpridos 37 Mandados de Condução Coercitiva (30 no Rio de Janeiro e sete em São Paulo) e 20 de Mandados de Busca e Apreensão (14 no Rio de Janeiro e seis em São Paulo), além de medidas de indisponibilidade de bens de pessoas físicas e jurídicas que participam direta ou indiretamente da composição acionária do grupo empresarial investigado, até o limite do prejuízo gerado ao erário.
Os controladores do grupo estão proibidos, ainda em razão da decisão judicial, de promover qualquer alteração societária na empresa investigada e de se ausentar do país sem autorização judicial prévia. A Polícia Federal monitora cinco dos investigados que se encontram em viagem ao exterior.
A JBS divulgou uma nota oficial sobre o caso. Confira na íntegra:
A JBS informa que sempre pautou o seu relacionamento com bancos públicos e privados de maneira profissional e transparente. Todo o investimento do BNDES na Companhia foi feito por meio da BNDESPar, seu braço de participações, obedecendo a regras de mercado e dentro de todas as formalidades. Esses investimentos ocorreram sob o crivo da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e em consonância com a legislação vigente. Não houve favor algum à empresa.
A presidente do BNDES, Maria Silvia Bastos Marques, fez um pronunciamento sobre a operação Bullish:
Eu queria dizer que nós, que respondemos pelo BNDES, e todos os empregados desta instituição, somos os principais interessados em que se apure quaisquer eventuais fatos que tenham ocorrido em relação às suas operações.
Queria dizer também que nós cooperamos regularmente, cotidianamente ,com todas as autoridades públicas, com os órgãos de controle, Ministério Público, Polícia Federal.
E queria dizer principalmente que, como presidente do BNDES, tenho muito orgulho de dirigir essa instituição e que tenho confiança na probidade e na capacidade técnica dos nossos empregados.