A Polícia Federal cumpriu nesta terça, dia 23, mandados de prisão preventiva de quatro pessoas indiciadas na Operação Enredados, que desarticulou organização criminosa que atuava junto ao Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Nacionais Renováveis (Ibama) Santa Catarina).
As ordens judiciais foram cumpridas em Brasília, Natal (RN), Itajaí (SC) e Belém (PA), após a Justiça Federal em Rio Grande (RS) revogar a liberdade provisória desses investigados. Os nomes dos indiciados não foram revalados.
De acordo com informações da PF, a investigação apurou que servidores públicos, armadores de pesca, representantes sindicais e intermediários, mediante atos de corrupção, tráfico de influência e advocacia administrativa, atuavam na concessão ilegal de permissões de pesca industrial, emitidas pelo MPA.
Muitas das embarcações licenciadas irregularmente sequer possuíam os requisitos para obter a autorização. Em outros casos, eram colocados empecilhos para embarcações aptas, com o objetivo de pressionar os proprietários dos barcos para o pagamento de propina.
Um dos fatos investigados envolveu o licenciamento para pesca da tainha na safra 2015. Segundo a polícia, os criminosos chegaram a cobrar R$ 100 mil por embarcação para emissão de permissão de pesca, sem observância dos requisitos legais.
Em dezembro, a PF concluiu o inquérito e indiciou 90 pessoas por corrupção ativa, 77 por corrupção (nas modalidades passiva e privilegiada), 98 por crime ambiental, entre outros crimes. Do total de indiciados, 27 eram servidores públicos. A investigação apontou mais de 30 casos criminosos,