O Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco, lançou uma chamada pública até o próximo dia 27 de setembro para empresas interessadas na instalação de uma planta de hidrogênio verde. A divulgação foi feita após a aprovação da manifestação de interesse para o projeto da produtora independente de energia renovável Qair, ex-grupo Lucia.
+ Porto de Santos movimenta 95,5 milhões de toneladas até julho
A empresa manifestou interesse em arrendar uma área no porto em março deste ano, prevendo uma movimentação portuária através de Suape de 40 mil toneladas de amônia líquida a cada cinco dias, após as quatro fases do projeto serem concluídas.
Os investimentos previstos são de R$ 20,3 bilhões e o início da operação previsto para 2025. O prazo de arrendamento da área do porto (72,5963 hectares) é de 25 anos, com possibilidade de renovação por igual período. De acordo com o projeto da Qair, a previsão é de que sejam gerados aproximadamente 1.200 empregos diretos na fase de construção e 450 na fase de operação.
“Na futura fábrica, o H2V (hidrogênio verde), o combustível do futuro, será produzido a partir da dessalinização da água do mar”, informa o Porto de Suape em seu site oficial.
O chamamento público também contempla duas unidades industriais produtoras de hidrogênio azul, a partir da reforma de vapor metano, como insumo para posterior produção de amônia em outras duas unidades a serem implantadas também em Suape.
Hidrogênio verde além do Porto de Suape
O hidrogênio verde é obtido a partir de uma usina de eletrólise, que separa o oxigênio e o hidrogênio da água. É chamado de verde porque a unidade que o produz funciona a partir de fontes de energia 100% renováveis.
O H2V é insumo para muitas indústrias, principalmente no continente europeu, já existindo como combustível para veículos. Também é usado para produzir amônia, um dos principais fertilizantes para o agronegócio, o qual o Brasil é um dos mais importantes produtores mundiais.
“O porto tem muito potencial para se tornar um dos mais importantes atracadouros do continente e do mundo” — Roberto Gusmão
“A chegada de uma planta desse porte, além reforçar nosso compromisso com a sustentabilidade, mostra que o porto tem muito potencial para se tornar um dos mais importantes atracadouros do continente e do mundo”, disse em nota o diretor-presidente de Suape, Roberto Gusmão.