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Porto de Paranaguá espera escoar 17,5 mi de t de grãos em 2016

Se confirmado, será 8,4% superior ao escoado pelo corredor de exportação do porto em 2015

Fonte: Rodrigo Leal / Appa

O corredor de exportação do Porto de Paranaguá deve embarcar aproximadamente 17,5 milhões de toneladas de soja, milho, trigo e farelo em 2016, disse o diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino.

O volume, se confirmado, será 8,4% superior ao escoado pelo corredor de exportação do porto em 2015, que foi de 16,14 milhões de toneladas. Apenas em janeiro, Paranaguá exportou volume de grãos 34% maior que no mesmo mês de 2015, informou o diretor-presidente da Appa. “A absorção deste acréscimo será possível pela troca de equipamentos, mudanças operacionais e pela capacidade adicional de armazenamento ofertada pela Pasa”, declarou Dividino.

Este aumento de capacidade, de 180 mil toneladas, diz respeito aos três armazéns que a Paraná Operações Portuárias (Pasa), empresa resultante da associação de sete empresas e cooperativas sucroalcooleiras do estado, detém no porto paranaense e que poderão ser utilizados a partir deste ano para o armazenamento de soja. Até então, as instalações eram destinadas exclusivamente à estocagem de açúcar.

“Como os períodos de exportação de açúcar e soja são diferentes, a Pasa poderá prestar serviço de armazenagem da oleaginosa. Ao longo de 2016, cerca de 1,2 milhão de toneladas de soja poderão ser estocadas nesses armazéns”, afirmou Dividino.

A empresa começou a disponibilizar a estrutura para grãos no final de 2015, de acordo com o executivo da Appa, mas esta será a primeira temporada em que o uso das instalações da Pasa serão flexibilizados para receber soja.

Com o aumento do volume escoado, cresce também o número de caminhões carregados com grãos que chega ao porto. Somente em janeiro, foram 47% mais que no mesmo mês do ano passado. Hoje, em torno de 2,5 mil caminhões chegam ao Porto de Paranaguá todos os dias. A absorção do maior número de veículos não elevou o tempo médio de 2 horas que eles ficam no pátio do porto, segundo o diretor-presidente da Appa, em virtude da conclusão de obras de ampliação na área de triagem. Enquanto em 2015 o porto recebia cerca de 3 caminhões por minuto, neste ano está recepcionando em média 4,5 veículos. Appa e ALL também fizeram, em 2015, a substituição de todos os ramais ferroviários que levam vagões com grãos ao corredor de exportação, a fim de evitar paradas dos trens e acidentes.

O tempo de espera dos navios para atracar no Porto, preocupação corrente em todas as safras, pode cair este ano, na expectativa de Dividino, da média de 22 dias para até 15 dias, em função da maior capacidade de armazenamento e das melhorias no porto. O regime de chuvas na região nos meses de escoamento da safra, porém, pode alterar estes números. “Se ocorrerem precipitações como em outubro e novembro de 2015, situação em que os navios se acumulam, aí não teremos queda no prazo de espera”, disse.

Algumas obras com conclusão prevista para 2017, que devem ampliar a capacidade de armazenagem de grãos e farelo do porto, também tendem a diminuir este tempo de espera. “No contrato de afretamento, o tempo aceitável é de 4 a 5 dias. Mas não é possível zerar a fila de navios para grãos. Há momentos em que o porto fica ocioso porque os preços em Chicago estão ruins e ninguém quer vender. Depois isso muda”, explicou. 

No caso dos navios carregados com fertilizantes que também enfrentam filas para atracar no porto de Paranaguá, a perspectiva é de redução gradual do tempo médio de espera. Em 2014, este prazo girou em torno de 12 dias; no ano passado, segundo Dividino, foram 9 dias. Ele não soube estimar o tempo médio em 2016, mas afirmou que, até 2017, pretende “zerar a fila para navios de fertilizantes”. Reformas em três berços para torná-los especializados (não exclusivos) em fertilizantes, com conclusão prevista para este ano, devem contribuir para que o porto alcance esta meta.

Risco

O aumento gradual da estrutura de escoamento de grãos dos portos do Arco Norte do Brasil não oferece ao Porto de Paranaguá risco de perder cargas agrícolas, na visão do diretor-presidente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Luiz Henrique Dividino. “Hoje 65% dos produtos agrícolas exportados por Paranaguá são provenientes do próprio Estado do Paraná”, afirmou Dividino ao Broadcast Agro, serviço em tempo real da Agência Estado.

Mato Grosso, em especial a região sul do Estado, aparece em seguida na lista respondendo por 20% das cargas agrícolas escoadas pelo porto paranaense. Outros 8% são provenientes de Mato Grosso do Sul. “O porto de Santos, que escoa boa parte da produção agrícola do norte de Mato Grosso, tende a disputar mais as cargas com os portos do Norte do País”, declarou o diretor-presidente da Appa.

O aumento da participação do Porto de Rio Grande no escoamento de soja – nos últimos dois ano, o porto gaúcho ultrapassou Paranaguá em volume exportado da oleaginosa – também não significa perda de competitividade para o porto paranaense, na análise de Dividino. Para ele, é preciso ponderar que o Estado do Rio Grande do Sul, após anos de quebra de safra, recuperou os níveis de produção e produtividade nos últimos dois anos.

Além disso, enquanto o Estado gaúcho destina grande parte da colheita de soja para exportação, o Paraná utiliza parcela considerável de sua produção da oleaginosa na alimentação de aves. “O Paraná é o maior produtor de frango do Brasil. Ano passado, exportamos 14% a mais de carne de frango. Enquanto a exportação de 1 tonelada de soja gera receita aproximada de US$ 600, 1 tonelada de frango rende US$ 1,8 mil”, complementou. 

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