O mercado físico de boi gordo manteve preços estáveis nesta terça-feira, 23, em dia de poucos negócios. Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, a dinâmica permanece a mesma: os frigoríficos não encontram as condições necessárias para exercer pressão sobre o pecuarista. “No entanto, as dificuldades operacionais evidenciadas nos últimos dias impossibilitam que o movimento de alta tenha continuidade”, diz Iglesias.
O cenário tende a mudar a partir da segunda quinzena de março, período em que é aguardado maior volume de oferta de animais de safra. “No entanto, a decisão de venda do pecuarista terá grande peso nesse ambiente”, pondera
Iglesias.
O cenário da demanda doméstica de carne bovina ainda é de desalento, com o consumidor médio incapaz de absorver novos reajustes, migrando agressivamente para a carne de frango, proteína animal mais acessível. O desempenho mais fraco das exportações é outro ponto de inflexão, com grandes questionamentos acerca do potencial de demanda da China no decorrer do ano.
Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou a R$ R$ 303 – R$ 304 a arroba. Em Goiânia (GO), a arroba teve preço de R$ 290, inalterado. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 290, estável. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ 295, ante R$ 296. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 303 a arroba, estável.
Atacado
No mercado atacadista, os preços da carne bovina se acomodaram após as recentes quedas. Conforme Iglesias, o cenário doméstico não permite que sejam evidenciados novos reajustes da carne bovina, uma vez que o consumidor médio inicia o ano descapitalizado, em um amplo processo de migração com destino à carne de frango. “Com um ano ainda pautado por grandes incertezas macroeconômicas esta é uma premissa que deve ser mantida”, pontua o
analista.
Com isso, o corte traseiro seguiu com preço de R$ 19,50 o quilo. O corte dianteiro teve preço de R$ 15,50 o quilo, assim como a ponta de agulha.