O vice-presidente de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, calcula que a tabela de fretes rodoviários deva resultar em um aumento de 5% a 10% no preço final de aves e suínos no mercado interno, encarecendo os produtos ao consumidor. Segundo Santin, o novo tabelamento, a ser publicado pelo governo federal nesta quarta-feira, dia 5, incorporando a alta de 13% do diesel, é negativo e a entidade continua com posição contrária à medida.
“O que deveria ser feito é a aplicação de uma tabela de referência de preços mínimos com incentivos para o seu cumprimento e não algo impositivo, que fuja à prática do livre comércio”, afirma Santin. Segundo o executivo, o custo logístico dos setores de proteína animal já apresentou elevação média de 35% – chegando próximo de 80% em algumas modalidades, como o transporte de ração.
Além disso, o câmbio e a redução da oferta de grãos nesta safra provocaram um aumento médio de 53% nos preços do milho em agosto, em relação a igual período do ano passado. Já a alta da tonelada de farelo de soja supera 43%.
Com a soma desses fatores – tabelamento de frete e elevação dos custos de insumos -, os preços das carnes e de outros produtos de aves e de suínos tendem a aumentar por volta de 15% para o consumidor final, estima a ABPA.