A alta do IPP em março foi a maior de toda a série histórica, iniciada em janeiro de 2010. O recorde contou com a contribuição de 19 atividades pesquisadas, que tiveram aumento de preços em março, de um total de 23 investigadas.
Tiveram aumentos significativos em março em comparação a fevereiro: fumo (5,58%) e papel e celulose (4,91%). Os alimentos ficaram 1,77% mais caros, abaixo da média do IPP. Mas, devido à importância do segmento, respondeu por 0,35% do índice.
Porém, variação mais intensa foi registrada no grupo de outros equipamentos de transporte, que ficaram 7,86% mais caros. O resultado desse segmento acrescentou 0,18% à taxa de março. A maior contribuição absoluta, porém, veio de outros produtos químicos. A alta de 5,56% neste item adicionou 0,57% ao IPP. Na metalurgia, a elevação de 2,55% nos preços gerou uma contribuição de 0,21%, segundo o IBGE.
A desvalorização do real ante o dólar é um dos principais fatores para a alta do IPP.
– Setores muito atrelados ao câmbio estão aparecendo como as principais influências – explica Alexandre Brandão, gerente do IPP. Segundo ele, a desvalorização do real foi de 11,5% em março ante fevereiro.
Carnes
Os alimentos ficaram 1,77% mais caros na indústria de transformação no comparativo entre março e fevereiro, mas o resultado poderia ter sido maior. Mesmo com a desvalorização do real ante o dólar, que afeta diretamente bens de exportação, as carnes bovinas registraram queda de preços no âmbito do IPP. Relatos de que a demanda externa diminuiu no período explicam o dado.
– É um pouco surpreendente essa queda (nos preços de carnes), mas ela esteve atrelada, segundo os informantes, a uma demanda externa mais fraca. Isso significa que a demanda externa por carne brasileira, a despeito do dólar mais valorizado, caiu – acrescenta Brandão.
Mesmo assim, a desvalorização do real em 11,5% ante o dólar no mês de março atingiu os preços da soja e de seus derivados. Uma demanda mais aquecida por esses produtos potencializou o movimento.
Além disso, o leite também ficou mais caro, diante do período de entressafra. Ao todo, os alimentos contribuíram com 0,35% porcentual na alta do IPP de março.