A chuva no centro e norte do Brasil alcança seu ápice. Em apenas cinco dias, choveu quase 300 milímetros em Marabá (PA), quase 250 mm no sul do Espírito Santo, no Distrito Federal e na Zona da Mata de Minas Gerais, onde há erosão em áreas de café.
Agora, pela terceira semana seguida, a chuva mais intensa vai permanecer sobre o centro e norte do Brasil. Simulações mais conservadoras indicam 150 milímetros em sete dias sobre Minas Gerais, Distrito Federal, oeste da Bahia, leste de Tocantins e sul dos estados do Maranhão e do Piauí. No litoral do Pará e do Amapá, deve chover 200 milímetros em uma semana. No porto de Miritituba, estima- se algo entre 50 e 100 milímetros.
- Chuva atrasa colheita da soja e onda de frio pode pegar milho tardio
- Previsão do tempo alerta para outono mais úmido e primavera mais seca
Há elevado risco de deslizamentos de encosta, sobretudo na próxima quinta-feira, 25, nas áreas de café da Zona da Mata de Minas Gerais, além do norte do estado do Rio de Janeiro.
Em Santos e Paranaguá, a passagem de uma frente fria trará chuva frequente nos dois portos a partir da quarta-feira, 24, e por pelo menos uma semana.
Por outro lado, não há previsão de chuva significativa no oeste de São Paulo, em boa parte de Mato Grosso do Sul e no interior da região Sul. Em uma semana, a umidade do solo deve diminuir em boa parte de Mato Grosso do Sul e permanecer baixa no interior de São Paulo, área produtora de cana de açúcar.
A temperatura da madrugada deve cair novamente nesta semana para valores abaixo de 10 °C nas áreas mais elevadas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
Apesar disso, em sete dias, o calor estará acima da média em boa parte do Brasil, com desvio de até 5 °C no noroeste de São Paulo, leste de Mato Grosso do Sul, sul de Goiás e parte do Triângulo Mineiro.
Na semana que vem, há indicativo da formação de um bloqueio atmosférico mais ao sul. Com isso, há previsão de chuva um pouco mais intensa sobre o Paraná e São Paulo. Mais ao norte, a precipitação será forte sobre Mato Grosso, Amazonas, Pará, Amapá, Tocantins, Maranhão e Piauí.
Rio Grande do Sul e Argentina permanecem sob menos chuva, embora a umidade do solo ainda seja favorável ao desenvolvimento agrícola.
Olhando para a segunda e terceira semana de março, é possível perceber que o próximo mês será menos chuvoso que o atual. Mesmo assim, há indicativo de retorno da chuva mais intensa à região Sudeste e à Bahia entre 9 e 13 de março. Já entre 14 e 23 de março, não há configuração clara da precipitação, que vai acontecer na forma de pancadas dispersas pelo Brasil, inclusive sobre o Rio Grande do Sul e Argentina.
Chuva dificulta avanço da safra
Em Mato Grosso, a colheita da soja avançou de aproximadamente 22% para 34% da área, de acordo com o Imea. Ainda há atraso em relação aos anos anteriores, quando a média para o período era de 55% de áreas colhidas. Além do plantio atrasado, a chuva mais frequente observada nos últimos dias também contribuiu para a dificuldade na colheita.
Nos portos de Santos, Paranaguá e Miritituba, a chuva vem acontecendo com frequência, dificultando os trabalhos de embarque a soja, especialmente no terceiro porto, no sudoeste do Pará.
Enquanto o solo está encharcado no centro e norte do Brasil, a umidade do solo está baixa e desfavorável ao desenvolvimento agrícola em boa parte do interior de São Paulo, Triângulo Mineiro e nordeste de Mato Grosso do Sul. Muitas áreas canavieiras receberam 50 milímetros em fevereiro, quando o normal seria mais que o dobro disso.