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Agricultura

Macadâmia: com planta que produz por 50 anos, veja porque produção é conhecida como 'aposentadoria verde'

Produção da noz ainda é pequena no país, mas vem crescendo em razão da demanda internacional

Você sabe o que é macadâmia? A noz de origem australiana ainda é pouco conhecida e consumida no Brasil, mas vem garantindo a produtores do interior de São Paulo uma ótima rentabilidade.

Como a sua árvore produz por mais de 50 anos, a macadâmia é chamada de “aposentadoria verde”, em razão de garantir rendimentos por um longo período a quem a produz. 

A macadâmia é uma noz ou amêndoa comparada à castanha de caju ou à do pará. Ela chegou ao Brasil em 1950, mas só começou a ser produzida comercialmente na década de 1980.

macadâmia
Foto: Pixabay

Atualmente, a produção nacional ainda é pequena – menos de 10 mil hectares de área plantada -, mas vem crescendo por conta da demanda internacional.

A Fazenda Retiro, em Bocaina (SP), começou a produção em 2017, hoje tem 50 hectares de área plantada, aproveitando os terrenos com declividade e como cultura complementar à cana de açúcar. 

O manejo é parecido ao do café. A fase produtiva da macadâmia começa entre 4 e 5 anos. É uma árvore que produz 10, 15, às vezes até 20 quilos de fruto por ano, então ela exige uma boa adubação. E os frutos precisam estar protegidos de pragas como percevejos, pulgas e alguns fungos. 

Não demanda uma atividade operacional muito intensa.

A grande vantagem da macadâmia é que ela vai produzir até os 50 anos de idade. Outro benefício é a rentabilidade.

Segundo o produtor de macadâmia, Edinho Montenegro, a rentabilidade tem sido muito boa, principalmente nos últimos três anos que houve a exportação direta da castanha em casca. “Pagou-se 15 reais por quilo que corresponde a 45 mil reais por hectare. Obviamente você tem que tirar os custos mas sobra uma boa margem para o produtor”, diz. 

 No caso da fazenda retiro, a rentabilidade é ainda maior porque além de ter a certificação de macadâmia orgânica que garante uma remuneração 30% maior, a propriedade agrega valor à produção com subprodutos como óleo, farinha e doces. 

 “A gente conseguiu aqui dentro da fazenda, desenvolver todo o processo, nós temos o viveiro, fazemos a manutenção, o manejo, fazemos a colheita, e instalamos uma pequena processadora também, temos uma indústria de macadâmia que entrega o produto já acabado para o consumidor”, conta.  

Recentemente, os produtores de Bocaina e região conseguiram junto à Secretaria de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, o reconhecimento do Arranjo Produtivo Local (APL) de macadâmia, que será fundamental para o crescimento da cultura no estado. 

 “A partir de agora a gente pode trabalhar no arranjo de 14 municípios onde a Bacia do Rio Jacaré se localiza no centro do Estado de São Paulo para que a gente se torne a maior pólo de macadâmia do brasil. Isso vai ser muito bom porque vai haver uma circulação da cadeia de macadâmia que envolve todos os setores, serviços, insumos, pesquisas tecnologias , comércio, exportação, setor de indústria porque a macadâmia tanto pode ser utilizada como alimento, mas também para indústria de cosmético, creme de pele e shampoo. Então é uma cultura muito versátil com uma rentabilidade muito boa para o agricultor e com uma demanda garantida, porque existe uma necessidade de um consumo maior do que a oferta no brasil e principalmente no mundo. A macadâmia como exportação ela é uma especiaria muito assediada. De uma maneira geral eu diria que é difícil encontrar no brasil uma cultura que tenha uma rentabilidade maior”, finaliza.

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