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Diversos

Produção de carne suína vai continuar crescendo em 2021, prevê ABCS

Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos, o consumo do produto foi maior no Brasil, diante da alta da carne bovina

Criação de suínos. Foto: Gleilson Miranda/ Secom AC

Mais uma vez, a carne suína é apontada como a proteína animal que mais cresce no Brasil. A conclusão pode ser observada através de dados preliminares do quarto trimestre de 2020, publicados pelo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em fevereiro, que mostram o crescimento na produção de carne suína no ano passado, com elevação de 7,42% em relação à 2019 em peso de carcaças.

“Os dados do instituto concretizam a expansão do alimento por mais um ano consecutivo”, destaca, em comunicado, a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).

Ao analisar os dados do IBGE a entidade ainda observa o aumento do consumo doméstico per capita, que representa cerca de 80% do destino da carne suína brasileira. Com o boi gordo em preço muito elevado, a carne suína aumentou sua participação na mesa do consumidor, resultando neste crescimento.

Como a ABCS havia sido alertado no final do ano passado, tradicionalmente, o início do ano é marcado pela queda dos preços do suíno em relação ao último trimestre do ano anterior. A entidade diz que a queda nos preços pagos ao produtor que já vinha acontecendo em dezembro, atravessou janeiro e se estendeu até a primeira semana de fevereiro.

Embora as exportações de carne suína in natura tenham crescido quase 40% em 2020 em relação ao ano anterior, batendo novo recorde e ultrapassando 900 mil toneladas, é sabido que nos primeiros meses do ano a China reduz as importações, e como a dependência do Brasil em relação a este mercado cresceu, a redução dos embarques determinou um aumento significativo na oferta doméstica. Os números de janeiro de 2021 confirmam isso, com um pouco menos de 56 mil toneladas de carne suína in natura exportadas, 16,5 mil toneladas a menos que o mês de dezembro de 2020 e 3,6 mil toneladas a menos que janeiro de 2019.

“A segunda onda da Covid-19 em ascensão agora, deve provocar restrições em algumas atividades econômicas e canais de comercialização de alimentos no país. O fim do auxílio emergencial também contribui para a redução da demanda interna. Porém, já na segunda semana de fevereiro os preços dão sinais de forte reação, coincidindo com a retomada do bom ritmo das exportações que, nos primeiros 10 dias úteis deste mês, somaram 33.995 toneladas de carne suína in natura embarcadas. Mantida esta média, o mês de fevereiro deve fechar em torno de 70 mil toneladas exportadas, um número bastante satisfatório para o início do ano”, ressalta a entidade.

A ABCS lembra que a recuperação do rebanho chinês da Peste Suína Africana (PSA) deve determinar redução das importações de carne suína deste país. O Rabobank estima que esta redução das importações chinesas pode girar entre 10 e 30%.

Mesmo assim, reforça a entidade, o Brasil, que representa hoje pouco mais de 10% das importações chinesas de carne suína, deve aumentar seus embarques totais em relação a 2020 na ordem de 2,5 a 6%, segundo o banco holandês, pois outros mercados do sudeste asiático, a exemplo do Vietnã, devem compensar parte desta redução de compra da China e EUA e Europa devem reduzir suas vendas para o gigante asiático.

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) acredita que as exportações de carne suína do Brasil possam aumentar em até 10% em relação ao ano passado. Com relação à produção brasileira de carne suína em 2021, a ABPA projeta um crescimento de 3,5%, enquanto o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e Rabobank estimam algo em torno de 3,6 e 2,5%, respectivamente.

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