A constatação é de pesquisadores da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado, por meio do Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta) e da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (Cati).
Segundo os pesquisadores, a produção agropecuária em São Paulo em 2014 foi afetada pela falta de chuvas e altas temperaturas, que acarretaram perdas econômicas por redução de produtividade e também por decisão do produtor de não plantar, ou de reduzir áreas ou rebanhos, tendo em vista a elevação dos riscos.
Dentre os 53 produtos analisados, a cana-de-açúcar ocupa a primeira posição com 42,5% do total do Estado, seguido pela carne bovina com 12,2%. Somados, os dez primeiros produtos que aparecem no ranking do VPA respondem 83,4% do total, sendo seis de origem vegetal (1º cana-de-açúcar, 4º madeira de eucalipto, 5º laranja para indústria, 7º café beneficiado, 9º soja e 10º milho) e quatro de origem animal (2º carne bovina, 3º carne de frango, 6º leite e 8º ovo de galinha).
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Considerando os dez primeiros colocados no ranking pelo VPA, o melhor desempenho foi o do café beneficiado, apresentando crescimento de 62,2%, decorrente de elevação de 47% e de 11%, respectivamente, nos preços e no volume produzido com consequente evolução da 10ª posição em 2013 para a 7ª em 2014.
O VPA da cana-de-açúcar apresentou queda de 5,4%, basicamente em virtude da redução de 9% no volume produzido, informa a secretaria. O VPA da carne bovina apresentou crescimento de 15,7%, mesmo com redução de 7,0% na produção.
– A elevação de 24,3% nos preços compensou amplamente a queda na produção – dizem os pesquisadores.
A laranja para indústria é a única fruta que aparece entre os dez produtos de maior valor no Estado, com crescimento de 3,42% na produção no período. No grupo de Frutas Frescas, o VPA da banana destaca-se, passando da 13ª posição em 2013 para a 11ª colocação em 2014, apresentando elevação de 25,3% em virtude de aumento expressivo de preços, compensando largamente a redução de 2,5% na produção.
O levantamento mostra, ainda, que milho e soja apresentaram quedas substanciais de produção (22,1% e 16%, respectivamente) em São Paulo sem, porém, haver alteração em seus preços, “fato que se explica pela grande parte da oferta ser originada em outras praças”. Os pesquisadores ressaltam que a participação paulista na produção de milho e soja tem sido historicamente pequena e no ano de 2014 foi de 4,6% e 1,9%, respectivamente.